Condução sob efeito do álcool continua a ser elevada e causa de acidentes

Mais de um terço dos condutores que morreram no ano passado e foram autopsiados tinham excesso de álcool.

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Adriano Miranda

O presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviário (ANSR) disse nesta quarta-feira que continua a ser elevada a percentagem de condutores que morre ao volante com excesso de álcool, sendo esta a principal causa de acidentes.

No Dia Europeu sem uma Morte na Estrada, que se assinala nesta quarta-feira, Jorge Jacob disse à agência Lusa que "não baixa a percentagem" de condutores mortos e que revelaram na autópsia uma taxa de álcool no sangue superior ao limite legal.

Segundo o mesmo responsável, mais de um terço dos condutores que morreram no ano passado e foram autopsiados tinham excesso de álcool e cerca de 60% destes automobilistas apresentava uma taxa que constitui crime (igual ou superior a 1,2 gramas de álcool por litro no sangue).

Maioria com mais de 50 anos

Jorge Jacob avançou também que a maior parte destes condutores que morreram com estes níveis de álcool no sangue tinha mais de 50 anos.

Para combater este fenómeno, defendeu uma intensificação das campanhas de sensibilização e de fiscalização, apesar de estarem a ser feitas, e de uma alteração dos comportamentos por parte dos condutores.

"As pessoas têm de compreender o perigo que é conduzir sob o efeito do álcool. Há fenómenos sociais que têm de ter outra abordagem. A maior parte destes condutores que morrem com estes níveis de álcool no sangue tem mais de 50 anos. Há aqui, do ponto de vista sociológico, um comportamento desviante nestas idades, que têm de ser visto para ser combatido mais eficazmente", sustentou.

O presidente da ANSR, que terminou o mandato de cinco anos em Janeiro e está desde essa altura em regime de substituição, fez uma panorâmica da sinistralidade rodoviária em Portugal numa conferência que assinalou o Dia Europeu sem uma Morte na Estrada, iniciativa promovida pela Associação Nacional de Centros de Inspecção Automóvel (ANCIA) e Guarda Nacional Republicana.

Segundo a GNR, o Dia Europeu sem uma Morte na Estrada fica este ano marcado em Portugal com, pelo menos, uma vítima mortal em consequência de um acidente que ocorreu numa auto-estrada.