Venda de alojamentos familiares deverá crescer entre 10 a 15% em 2018

Dados do INE mostram que, de Janeiro a Junho, os preços subiram 20% em Lisboa e no Porto, mas em algumas freguesias atingem os 40%.

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Procura de imóveis na baixa do Porto gera variação holóloga acima de 40% nos preços.

O mercado imobiliário regista um dinamismo sem paralelo. Ainda são provisórios, mas em 2017, terão sido transaccionados 270 mil imóveis (habitação e comércio), número que deverá aproximar-se dos 300 mil no final de 2018. Desagregando os alojamentos familiares, as estimativas da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) apontam um número de transacções entre 165 a 175 mil no total do ano.

Apenas nos alojamentos familiares, ainda provisórios (mas com base em registos e certidões prediais) o número de transacções apontam para um crescimento de 19% no primeiro semestre, face a igual período do ano passado. E os valores estimados para 2018 comparam com pouco mais de 100 mil registos em 2015, perto de 130 mil em 2016, saltando para perto 160 mil em 2017.

O número de transacções poderia ser “muito superior se a oferta de casas à venda fosse maior” disse ao PÚBLICO Luís Lima, presidente da APEMIP, acrescentando que, para que possam suprimidas as necessidades da procura são necessárias cerca de 70 mil novas casas no mercado imobiliário, especialmente em Lisboa e Porto”. E nesta vertente, o líder associativo diz que não estão a ser tomadas medidas para aumentar a oferta e torná-la mais acessível aos jovens e às famílias de classe média.

A escassez da oferta tem feito disparar os preços, particularmente nos imóveis que estão a ser procurados por investidores, entre eles muitos estrangeiros. A potencial mais-valia gerada pela venda, ainda não concretizada, de um imóvel comprado e recuperado por Ricardo Robles, deputado do Bloco na Câmara de Lisboa, que aqueceu politicamente o mês de Agosto, é apenas uma exemplo da pressão da procura por determinados imóveis, com determinada localização, fazendo disparar os preços.

Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que as cidades de Lisboa e do Porto viram o preço de venda das suas casas disparar mais de 20% no primeiro trimestre deste ano. Foram as únicas do país a manifestar um crescimento tão acentuado. Lisboa é destacadamente o município onde o valor mediano do preço da habitação é mais elevado, atingindo os 2581 euros por metro quadrado, uma taxa de crescimento de 20,4%. Mas em algumas freguesias da capital, como Santo António, a subida homóloga disparou 40% (4083 euros por metro quadrado).

O município do Porto foi o que teve uma variação mais alta, com um aumento de 22,4%, para 1379 euros. A freguesia mais cara, a União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, o preço mediano de alojamentos vendidos (1636 euros por metro quadro) subiu, em termos homólogos, 45,2%.

As estatísticas sobre os preços locais de habitação que começaram a ser divulgados pelo INE não apuram a média do valor das transacções, mas sim as medianas, de forma a reduzir o efeito dos valores extremos e a eliminar possíveis efeitos sazonais no comportamento dos preços, tendo em conta as estatísticas construídas a partir dos dados fornecidos pela administração tributária.

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