Abusos sexuais: Papa convoca bispos de todo o mundo para reunião
A cimeira vai acontecer entre 21 e 24 de Fevereiro de 2019, na cidade do Vaticano.
O Papa Francisco convocou os bispos de todo o mundo para uma cimeira sobre a prevenção de abusos sexuais e protecção de crianças por membros da Igreja Católica. A notícia foi anunciada pelo Conselho de Cardeais, um órgão consultivo do Papa Francisco, num comunicado que dá conta das principais decisões tomadas na reunião entre o órgão consultivo e o sumo pontífice, nesta quarta-feira.
Os líderes das conferências episcopais, órgãos máximos da Igreja Católica a nível nacional, que reúnem todos os bispos de um dado país, têm encontro marcado com o Papa Francisco entre 21 e 24 de Fevereiro de 2019, na cidade do Vaticano.
De acordo com o comunicado do Conselho de Cardeais, a decisão partiu de uma reflexão conjunta com “o Santo Padre sobre o tema dos abusos”, que terá motivado esta convocatória. A realizar-se, será a primeira cimeira do género sobre este tema.
O anúncio segue-se a três dias de reunião entre o Papa Francisco e o Conselho de Cardeais (ou C9, como é conhecido informalmente), que o próprio Papa criou em 2013 para o aconselhar sobre a governança e reforma da Cúria Romana. Estiveram reunidos entre 10 e 12 de Setembro.
D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, preside actualmente à Conferência Episcopal portuguesa.
No início do ano, Francisco enfrentou uma das piores crises do seu papado, ao descredibilizar, de forma repetida, as vítimas de um afamado bispo chileno, na tentativa de o proteger. Acabou por desculpar-se e admitiu ter cometido “graves erros de julgamento”. Mas as vítimas chilenas foram apenas mais umas no rol de escândalos de abuso sexual na Igreja Católica.
O relatório que pôs a nu décadas de abusos sexuais por parte de membros da Igreja Católica nas dioceses da Pensilvânia, nos Estados Unidos, é apenas o último desenvolvimento da já longa lista de “atrocidades” – palavras do Papa Francisco – tornadas públicas nos últimos anos que aumentam cada vez mais a pressão sobre o Vaticano.
Numa carta aberta tornada pública em Agosto, o Sumo Pontífice adopta uma postura inédita, condenando de forma veemente os crimes cometidos e reconhecendo que "nunca será suficiente o que se faça para pedir perdão e procurar reparar o dano causado".