Ex-primeiro-ministro escocês abandona partido após acusações de assédio sexual

Alex Salmond recusa as acusações, mas diz que não quer prejudicar o partido.

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As acusações dizem respeito à sua conduta em 2013, quando era líder do Governo Reuters/DYLAN MARTINEZ

O ex-primeiro-ministro escocês Alex Salmond anunciou na quarta-feira que vai abandonar o Partido Nacional Escocês (SNP) para "evitar uma divisão interna", uma semana depois de terem sido tornadas públicas acusações por assédio sexual.

As denúncias contra Salmond, o antigo dirigente independentista que em 2014 levou a Escócia ao limiar da independência com um referendo, foram tornadas públicas pelo jornal britânico Daily Record, na edição de 24 de Agosto.

De acordo com o jornal, as acusações dizem a 2013, durante o seu mandato como primeiro-ministro escocês (2007-2014), e foram apresentadas por dois ex-membros da sua equipa. Depois de uma investigação interna, o actual Governo, dirigido por Nicola Sturgeon, também do SNP, denunciou o caso à polícia.

Salmond refutou de imediato as acusações e começou a responder em tribunal num processo instaurado pelo Governo.

No entanto, numa mensagem de vídeo publicada nas redes sociais na noite de quarta-feira, Salmond anunciou que abandona o partido para evitar uma “divisão interna substancial” e os ataques dos partidos políticos na oposição.

"Não fui para a política para facilitar os ataques da oposição ao SNP e, com o parlamento a retomar [os trabalhos] na próxima semana, apresentei a minha demissão para afastar este ataque", justificou.

Salmond disse estar ciente de que "caso o partido se sentisse obrigado" a suspendê-lo, "isso causaria uma divisão interna substancial”.

Alex Salmond renunciou ao cargo de primeiro-ministro em Novembro de 2014, poucas semanas depois da vitória do “não” no referendo sobre a independência da Escócia.