Milhares de fãs de Aretha Franklin esperados nas cerimónias fúnebres da cantora
O corpo da Rainha da Soul vai estar em câmara ardente até quinta-feira no Museu Charles H. Wright de História Afro-Americana, em Detroit.
Milhares de fãs de Aretha Franklin são esperados em Detroit por estes dias para prestar o seu último tributo à Rainha da Soul: desde as 9h desta terça-feira, hora local (14h em Portugal), o corpo da cantora está em câmara ardente no Museu Charles H. Wright Museum de História Afro-Americana.
Aretha Franklin morreu no passado dia 16 de Agosto, vítima de cancro no pâncreas, na mesma cidade onde iniciou a sua carreira em criança, cantando gospel no coro da Igreja Baptista de New Bethel. A sua extraordinária voz, plena de emoção, tornar-se-ia o padrão de referência que várias gerações de cantoras tentaram igualar.
Filha de um pregador famoso, Aretha Franklin chegou pela primeira vez ao topo das tabelas em 1967, com Respect, a sua versão pessoal de um modesto sucesso de Otis Redding, que transformou num imorredouro hino do feminismo e do movimento dos direitos civis.
Chaka Khan, Jennifer Hudson, Ronald Isley e Stevie Wonder, entre outros, deverão cantar no funeral que terá lugar esta sexta-feira no Greater Grace Temple de Detroit. O ex-Presidente norte-americano Bill Clinton, que em 1993 convidou Aretha Franklin a cantar na sua cerimónia de tomada de posse, será um dos oradores da cerimónia.
Aretha Franklin nasceu em Memphis, no Tennessee, mas mudou-se para Detroit, no Michigan, ainda em criança, quando a cidade se tornou um refúgio para os afro-americanos que queriam fugir às leis de segregação racial em vigor no Sul dos Estados Unidos em meados do século XX.
A cidade, que acabaria por tornar-se sinónima do movimento secular emanado do gospel conhecido como música soul, está a tratar a morte de Aretha Franklin com honras de realeza, tendo decretado uma semana de luto e organizado um concerto de tributo com entrada gratuita a ter lugar na noite de quinta-feira.
Embora o funeral de sexta-feira seja vedado ao público, espera-se que as ruas da cidade fiquem repletas de Cadillacs cor-de-rosa, o veículo de luxo de fabrico local que Aretha Franklin tão bem fixou no seu hit de 1985 Freeway of love, pelo qual recebeu 18 Grammys.