Presidente do INEM diz que falta de técnicos não afecta socorro
Falta de profissionais obriga a uma "necessidade diária de gerir escalas e com algumas dificuldades", admite Luís Meira.
O presidente do Instituto de Emergência Médica (INEM) pediu nesta segunda-feira às populações que continuem a confiar na instituição, apesar da falta de técnicos, que obriga a uma "necessidade diária de gerir escalas e com algumas dificuldades".
"Temos de conviver com a realidade que temos e o INEM há algum tempo que vem a dizer que precisa de reforçar os recursos humanos. Constatamos essa falta de técnicos para prestar cada vez melhor serviço às populações, mas as populações podem continuar a confiar na emergência médica", disse Luís Meira, à margem da assinatura de um protocolo que permitirá a várias corporações de bombeiros comprarem 75 ambulâncias de socorro.
"Quando tiverem alguma questão na área da saúde devem ligar o 112 e o INEM tratará delas de forma adequada, fazendo a triagem e definindo os meios adequados e, tivermos mais ambulâncias conseguimos fazê-las chegar a quem precisa mais rápido", insistiu.
O Sindicato Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH), mais uma vez, alertou para a necessidade de se "definir e executar um plano de abertura de concursos", dizendo que actualmente faltam 450 técnicos, após a saída do INEM de 50 elementos no ano passado e 21 já este ano.
A saída de técnicos do INEM deve-se, segundo o sindicato, às "más condições de trabalho", entre as quais "o índice remuneratório pouco atractivo, exposição a inúmeros riscos, ausência de seguro de acidentes de trabalho e respectiva indemnização pecuniária, desgaste físico e psicológico e o próprio funcionamento deficitário das estruturas do INEM, desde o Conselho Directivo até às estruturas coordenativas".
Para o sindicato, a menor disponibilidade dos técnicos para efectuar trabalho suplementar, "resulta em menos pessoas para atender chamadas e para operacionalizar os meios do INEM, o que leva a um aumento dos tempos de atendimento, bem como à diminuição dos meios disponíveis para prestar cuidados de saúde urgentes ou emergentes".
"O aumento dos tempos de atendimento das chamadas e a redução do número de meios do INEM disponíveis é da exclusiva responsabilidade do INEM e do Ministério das Finanças, com as consequências que daí possam provir", acusa o sindicato.