Lançado satélite europeu de observação dos ventos com tecnologia portuguesa

O satélite, que leva equipamentos fabricados pelas empresas aeroespaciais portuguesas LusoSpace e Omnidea, vai permitir aos cientistas obterem informações sobre a velocidade do vento quase em tempo real.

O aparelho irá disparar pulsos de luz ultravioleta na atmosfera da Terra para fazer as medições
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O aparelho irá disparar pulsos de luz ultravioleta na atmosfera da Terra para fazer as medições ESA
O satélite foi lançado num foguetão Vega
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O satélite foi lançado num foguetão Vega Stephane Corvaja/ESA

O satélite europeu Éolo, que vai estudar os ventos da Terra e incorpora tecnologia portuguesa, foi lançado nesta quarta-feira da base espacial de Kourou, na Guiana Francesa, anunciou a Agência Espacial Europeia (ESA).

O Éolo foi lançado às 22h20 (hora de Lisboa) a bordo de um foguetão Vega e terá alcançado a órbita 55 minutos depois a uma altitude de 320 quilómetros, para uma missão de três anos.

O lançamento do Éolo (o nome do deus dos ventos na mitologia grega) estava previsto para terça-feira, mas foi adiado devido a “condições atmosféricas adversas”, segundo a ESA.

O satélite, que leva equipamentos fabricados pelas empresas aeroespaciais portuguesas LusoSpace e Omnidea, vai permitir aos cientistas obterem informações sobre a velocidade do vento quase em tempo real.

A LusoSpace esteve na origem de dois magnetómetros (instrumentos com os quais é possível mapear o campo magnético da Terra), enquanto a Omnidea produziu e testou as válvulas que asseguram a limpeza da componente óptica do Aladin, o principal instrumento do Éolo, que tem um telescópio e um laser doppler.

O satélite dispõe de tecnologia laser de ponta que possibilitará a medição dos ventos terrestres e a obtenção de informações sobre as nuvens, explica a ESA.

O aparelho irá disparar pulsos de luz ultravioleta (invisível) na atmosfera da Terra, um método considerado inovador para estabelecer o perfil de ventos a partir do espaço.

Os dados recolhidos vão melhorar a compreensão de como a atmosfera funciona, contribuir para a investigação sobre as alterações climáticas e ajudar na previsão meteorológica de fenómenos extremos como furacões e o El Niño, explica a ESA.

A informação registada poderá ser ainda utilizada em modelos de qualidade do ar para melhorar as previsões de poeiras e outras partículas transportadas pelo ar que afectam a saúde pública.

Actualmente, a informação sobre os ventos é obtida a partir de balões meteorológicos, instrumentos em terra, aeronaves, rastreamento do movimento das nuvens e instrumentos de satélite que medem o vento próximo da superfície dos oceanos.