PAOK castigou a falta de eficácia do Benfica

Em noite de desperdício na Luz, Pizzi adiantou os “encarnados” antes do intervalo, mas Warda fez o empate que deixa os gregos em vantagem no play-off

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O Benfica pagou caro pela falta de eficácia na primeira mão do play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões e não foi além do empate (1-1) na recepção ao PAOK. Numa partida que durante largos períodos foi dominada pelos “encarnados”, Pizzi inaugurou o marcador antes do intervalo, de penálti. Mas, na altura em que a equipa de Rui Vitória baixou de intensidade, os gregos responderam por Warda. E uma eliminatória que podia ter ficado praticamente resolvida com uma goleada manteve-se em aberto. É uma preocupação adicional para o treinador do Benfica, sendo que, já no sábado, há derby contra o Sporting, a contar para a terceira jornada da I Liga.

O cartão-de-visita europeu do PAOK esta época era suficiente para colocar o Benfica de sobreaviso. Tendo afastado Basileia e Spartak Moscovo para chegar a este play-off, e sem qualquer derrota, os gregos começaram por entregar o domínio do encontro à equipa de Rui Vitória. Porém, quando detectaram o mínimo indício de relaxamento nos “encarnados”, castigaram-nos: a estocada foi desferida por Warda, na recarga a um primeiro cabeceamento de Varela que acertou na trave da baliza de Vlachodimos.

Rui Vitória viu-se impedido de repetir o “onze” que no sábado vencera o Boavista (0-2), dada a indisponibilidade de Salvio – o argentino nem sequer esteve no banco de suplentes, após ter apresentado queixas durante o treino da manhã desta terça-feira. Por precaução, quem sabe a pensar já no derby, o técnico deixou-o de fora da partida frente ao PAOK. No seu lugar surgiu Zivkovic, titular pela primeira vez na presente temporada. A equipa não se ressentiu da mudança e demorou cinco minutos a ameaçar a baliza grega: após lançamento longo de Pizzi, Ferreyra tocou a bola para Gedson, que a introduziu na baliza de Paschalakis – só que o jovem do Benfica estava adiantado e o lance foi invalidado.

Com Vlachodimos como espectador privilegiado, a primeira parte teve sentido único. O Benfica demorou 20 minutos a acertar as coisas a meio-campo, e quando tudo encaixou tornou-se sufocante para o PAOK. Pizzi esteve em destaque na melhor fase dos “encarnados”, mas a eficácia deixou muito a desejar: sem qualquer pressão, rematou milímetros ao lado após assistência primorosa de Cervi (23’); de fora da área, rematou em jeito e ainda fez a bola embater na trave da baliza grega (27’); passou por um defesa e disparou, mas Paschalakis defendeu (28’); a corresponder de cabeça a um cruzamento de André Almeida, voltou a fazer a bola sair milimetricamente ao lado (29’).

Gedson esteve perto do golo aos 33’, mas Paschalakis correspondeu com uma defesa apertada ao tiro potente do jovem futebolista, e à segunda agarrou a bola. O Benfica tinha o PAOK nas cordas, mas não mostrava capacidade para atirar o adversário ao tapete.

As bancadas da Luz desesperavam com as ocasiões desperdiçadas, mas mesmo antes do intervalo houve a hipótese de redenção. Milorad Mazic considerou falta sobre Gedson, tocado por trás por Maurício, e no penálti correspondente Pizzi deu vantagem ao Benfica – e, com o seu quinto golo nos últimos quatro jogos, colocou alguma justiça no marcador.

Moralizados, os “encarnados” entraram a todo o gás na segunda parte, dispostos a aproveitar melhor as oportunidades e a fechar as contas do jogo. Mas Paschalakis mostrou-se um gigante na baliza do PAOK, contrariando todas as tentativas e mais alguma. Travou um bom remate de Ferreyra (50’), outro excelente de Grimaldo (56’) e ainda um de Gedson (66’).

Vlachodimos continuava a ter pouco trabalho, mas mal imaginava o público da Luz o que aí vinha. Sem qualquer remate enquadrado com a baliza do Benfica até aos 75’, o PAOK conquistou uma falta no lado direito aos 76’ e daí nasceu o empate. A bola foi colocada na área para um primeiro cabeceamento de Varela que acertou com estrondo na trave, mas o ressalto sobrou para Warda, que de pronto, de pé esquerdo, fuzilou a baliza “encarnada”.

Ligava-se o modo “desespero de causa” no Benfica. Rui Vitória lançou Seferovic e João Félix na partida e os “encarnados” tornaram a rondar a baliza grega. O jovem português foi aquele que teve maior impacto, primeiro com um grande passe a descobrir Ferreyra em excelente posição (aos 86’, mas o remate do argentino foi travado por Paschalakis). E, já no período de compensação, a assumir ele próprio o remate, de fora da área, mas a fazer a bola passar muito perto do poste.

Ninguém ganhou ou perdeu a eliminatória na Luz. Mas o Benfica vai à Grécia a saber que está obrigado a fazer golos para alcançar o objectivo de marcar presença na fase de grupos da Liga dos Campeões pela nona época consecutiva. Antes disso, porém, há um sempre escaldante derby de Lisboa para disputar.

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