NASA lança sábado a sonda que vai chegar mais perto do Sol

Aparelho aproximar-se-á até cerca de sete milhões de quilómetros da nossa estrela para estudar a sua atmosfera.

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Animação da Parker Solar Probe a aproximar-se do Sol NASA/Johns Hopkins APL
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Ilustração da Parker Solar Probe a aproximar-se do Sol Steve Gribben/Johns Hopkins APL/NASA

A agência espacial norte-americana NASA vai lançar este sábado uma sonda que irá viajar até bem perto da coroa do Sol, a camada mais externa da atmosfera solar, tornando-se o primeiro aparelho a estar tão próximo da estrela.

O lançamento da Parker Solar Probe será feito do Cabo Canaveral, na Florida, Estados Unidos, com hora prevista para as 3h33 locais (8h33 em Lisboa).

A sonda irá “navegar” pela atmosfera do Sol e, segundo a NASA, vai aproximar-se da superfície do astro-rei como nunca antes uma sonda o fez, ficando a quase sete milhões de quilómetros, o que permitirá obter as observações mais próximas de uma estrela.

Na maior aproximação ao Sol, o escudo térmico da sonda, feito de carbono, vai enfrentar temperaturas perto dos 1377 graus Celsius. À superfície, a temperatura do Sol atinge os 5500 graus. Na coroa, a parte mais exterior da sua atmosfera, visível como um anel durante os eclipses, os termómetros chegam aos dois milhões de graus Celsius.

Aproveitando a gravidade do planeta Vénus, o segundo mais próximo do Sol, a sonda vai chegar perto o suficiente do Sol para, de acordo com a NASA, captar a variação da velocidade do vento solar (emissão de partículas energéticas provenientes da coroa, sobretudo electrões e protões) e ver o berço das partículas solares de maior energia.

Uma das metas dos cientistas é perceber como a energia e o calor circulam através da coroa solar (constituída por plasma, gás ionizado formado a altas temperaturas) e explorar o que acelera o vento solar e as partículas energéticas.

Justificando a importância da missão, que durará sete anos, a NASA salienta que perturbações no vento solar agitam o campo magnético da Terra, que protege o planeta da radiação solar, e interferem com o clima espacial, que pode mudar a órbita dos satélites, encurtar a sua vida e alterar o funcionamento de equipamentos electrónicos a bordo, assim como pôr em perigo a vida de astronautas.

A sonda tem o nome do astrofísico norte-americano Eugene Parker, de 91 anos, que apresentou, na década de 50, uma série de conceitos para explicar como as estrelas, incluindo o Sol, libertam energia. Chamou vento solar à cascata de energia do Sol e descreveu todo um “sistema complexo” de plasmas, campos magnéticos e partículas energéticas associado ao conceito de vento solar.

A NASA lembra que Eugene Parker teorizou uma explicação para a temperatura extremamente elevada da coroa solar, que, ao contrário do que seria expectável, é mais quente do que a superfície do Sol apesar de ser a camada mais externa da atmosfera. A sua teoria sugere que erupções solares regulares, mas pequenas, podem causar este calor intenso.