SNS: 15% dos médicos de família que concorreram este ano são de anos anteriores
Concurso para jovens médicos teve a maior taxa de candidatos dos últimos três anos, nota a ACSS. As 1234 vagas postas a concurso estavam 11,9% acima do número de recém-formados. O objectivo era captar clínicos que estavam fora do SNS.
O concurso deste ano para médicos recém-especialistas obteve a maior taxa de candidatos relativamente às vagas disponibilizadas dos últimos três anos, passando de 84,5%, em 2016, para 90,5%, este ano, segundo a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).
"A avaliação dos resultados correspondentes à fase de apresentação de candidaturas aos procedimentos concursais, primeira época, destinados à contratação de profissionais para as áreas de medicina geral e familiar, hospitalar e de saúde pública, certifica que nos concursos de 2018, lançados pela ACSS a 26 de Julho, foi registado o maior número de vagas para novos médicos especialistas (1234) e o maior número de candidatos (1117)", com uma taxa de 90,5%, afirma o organismo em comunicado, nesta quinta-feira. De acordo com os dados, em 2016 foram abertas 1074 vagas e houve 907 candidatos (84,5%) e em 2017 houve 820 vagas às quais se candidataram 705 profissionais (86%).
As 1234 vagas postas a concurso este ano estavam 11,9% acima do número de médicos recém-especialistas formados em 2018 (mais 131 vagas), o que tinha como objectivo, segundo o Ministério da Saúde, tentar captar médicos de fora do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Estes concursos da primeira época de 2018 registaram uma elevada taxa de interesse por parte de médicos que concluíram a especialidade noutras épocas anteriores, com destaque para a área da medicina geral e familiar, onde em 351 candidatos, 51 são provenientes de épocas anteriores (14,5% do total de candidatos)", sublinha ACSS.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, afirmou esta quarta-feira, à agência Lusa, que a captação de médicos do concurso deste ano para o SNS "foi superior ao que acontece em anos anteriores". Questionado sobre se o objectivo de captar médicos que estavam fora do SNS falhou, o secretário de Estado indicou que "houve alguns médicos de fora" do SNS que concorreram, mas ainda não há dados totais e objectivos que permitam perceber quantos. "Também não esperávamos uma avalanche de médicos de fora", adiantou.
As estruturas profissionais e sindicais dos médicos pressionaram este ano o Governo para que não houvesse atrasos na abertura dos concursos para os jovens que terminaram o internato este ano, depois de no ano passado o concurso ter demorado mais de dez meses a abrir. Este ano o concurso foi aberto cerca de três meses depois.
No comunicado, a ACSS recorda que até 2015 os concursos estavam descentralizados nas Administrações Regionais de Saúde (ARS) e nos hospitais, sendo que as vagas colocadas a concurso na primeira época foram de 658 em 2013, 708 em 2014 e 685 em 2015.