Associação está a angariar fundos para as vítimas do incêndio do Bairro da Torre

Pelas contas da associação Torre Amiga, serão precisos 10.000 euros para face às necessidades imediatas, como a alimentação, produtos de higiene pessoal, medicamentos e transporte, das famílias que ficaram desalojadas.

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Mario Lopes Pereira
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Rui Gaudencio

O incêndio que deflagrou na madrugada de 22 de Julho, no Bairro da Torre, no concelho de Loures, provocou mais de três dezenas de desalojados. Agora, a associação Torre Amiga tem em marcha uma campanha para a angariação de fundos, que possam colmatar as necessidades mais imediatas de quem ficou sem nada. 

Segundo a associação, 35 pessoas ficaram desalojadas. “Não conseguiram salvar os bens que se encontravam na sua casa e, enquanto os apoios sociais não chegam, precisam de apoio, uma vez que os apoios de familiares, amigos e entidades solidárias não chegam para todas as suas necessidades”, escreve a associação num apelo no Facebook

Para garantir alimentação, produtos de higiene pessoal, medicamentos e transporte serão precisos, pelas contas da associação, 10.000 euros. A associação Torre Amiga diz ainda que está também a receber electrodomésticos, mobiliário, roupa de cama ou utensílios de cozinha que possam ser usados para equipar as casas de realojamento dos moradores.

“Apelamos à solidariedade de todos para que estas famílias de poucos recursos consigam recuperar rapidamente desta tragédia”, invoca a associação. As contribuições podem ser feitas para o número de conta PT50 0033 0000 13080059788 48, em nome da Fábrica Igreja Paroquial São Tiago de Camarate. 

Na semana passada, a Câmara Municipal de Loures disse à agência Lusa que tinham sido realojadas quatro das 14 famílias que foram afectadas pelo incêndio e que a autarquia estaria ainda à procura de uma alternativa habitacional para as restantes. "Temos recenseados 14 agregados familiares, num total de 37 pessoas, e estamos neste momento à procura de uma solução que se adeque melhor à sua realidade. Temos situações distintas e isso torna o processo mais complexo", explicou então o presidente da câmara de Loures, Bernardino Soares. 

Segundo disse a presidente da Associação Torre Amiga, Ricardina Cuthbert, algumas famílias desalojadas têm dormido em casas de familiares e outras na capelinha e na sede da associação do Bairro da Torre, enquanto aguardam por uma alternativa habitacional. 

O incêndio começou numa barraca e propagou-se para outras. Segundo explicaram os bombeiros, a existência de material inflamável junto às habitações dificultou o combate ao incêndio. No entanto, alguns moradores admitiram que o fogo teve origem num curto-circuito, devido às precárias instalações de electricidade, que recorrem, por vezes, a puxadas ilegais. 

O Bairro da Torre começou a ser ocupado ilegalmente na década de 1970. Hoje, segundo a associação, residem no bairro 47 famílias, num total de cerca de 200 pessoas, "em situação de grave precariedade, com baixos níveis de escolaridade, baixos rendimentos e muito más condições de habitabilidade". A câmara tem realojado várias famílias em casas municipais

Depois do incêndio, a câmara de Loures instou o Governo a ajudar a autarquia a encontrar uma solução definitiva para todos os moradores. O Ministério do Ambiente acabaria por reiterar ao município, um dia depois, toda a disponibilidade para apoiar as famílias do bairro da Torre e encontrar uma alternativa habitacional, por exemplo, através de programas de apoio à habitação.

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