Santana Lopes ficaria contente com 5% dos votos

Estudo feito pela Eurosondagem põe 4,8% dos inquiridos a votar em novo partido de Santana. 80% dizem “não”

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Como vai ser o novo partido de Santana? Nuno Ferreira Santos

A recusa de 80% dos inquiridos em votarem num novo partido fundado por Pedro Santana Lopes não assusta o antigo-primeiro-ministro. Santana prefere concentrar-se dos 4,8% que admitem dar-lhe o seu voto. “Cinco por cento já chegava”, diz, ao Expresso numa entrevista em que desvenda um pouco mais sobre os seus planos para o futuro.

Há poucos dias, Santana Lopes garantiu que não se precipita. “Não anuncio tudo de uma vez”, disse. E cumpriu. Depois de revelar, à Visão, que “acabou” a sua relação com o PSD, o ex-líder do partido discorre, no Expresso, sobre o que pode vir a defender o partido que admite fundar. “Há um trabalho de nova consolidação da dívida, para não lhe chamar reestruturação, que tem de ser feito”, avança. “Há quem defenda a saída do euro, eu há muito tempo que defendo o euro a duas velocidades”, recorda. “Distingo-me do PSD na política de saúde por ser mais propenso a uma presença muito forte do Estado em todo o país”, exemplifica. “O centro-direita precisa de renovação: um partido mais prudente nos entusiasmos europeus, mais atento à realidade do país, das empresas, à realidade social, menos dogmático”.

O novo partido de Santana será, assim, patriótico e eurocéptico e funcionará “muito on-line, low-cost, sem quotas pagas, sem moradas falsas e essas coisas”, nas palavras do próprio Pedro Santana Lopes.

E mesmo antes de haver um esboço de programa ou uma recolha de assinaturas em curso, essa ideia de partido já conta com o apoio de 4,8% dos 1011 inquiridos pela Eurosondagem, por telefone, entre os dias 4 e 11 de Julho. 

“Basta isso para qualquer novo governo, na minha área, ter de contar com essa força política, se ela existir”, concluiu. 

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