Foi das primeiras coisas que Sousa Cintra, presidente da SAD do Sporting até às eleições de 8 de Setembro, disse na apresentação do mais recente reforço da equipa “leonina”: “O bom filho a casa do pai volta”, sublinhou o dirigente a propósito do regresso de Nani a Alvalade, três anos depois da última passagem do internacional português pelo Sporting (na altura por empréstimo do Manchester United).

Agora, aos 31 anos, Nani voltou a ser jogador do Sporting: desvinculou-se do Valência e assinou com os “leões” um contrato “válido até 30 de Junho de 2020, não tendo sido fixada qualquer cláusula de rescisão”, segundo podia ler-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

“O Nani é um reforço muito importante para o Sporting. Fez um contrato muito bom, o Sporting fica feliz por conseguir um entendimento. O Sporting não despendeu qualquer verba para a sua contratação. As negociações não foram fáceis, mas chegaram a bom porto e o clube [Valência] cedeu o jogador sem qualquer contrapartida. Não veio emprestado, veio em definitivo. É um jogador do Sporting”, afirmou Sousa Cintra na apresentação do jogador, que começou com 40 minutos de atraso.

Falando num “dia feliz”, o dirigente falou ainda do “entusiasmo” com que Nani recebeu a proposta para regressar ao Sporting. “Gosto de pessoas que se dedicam ao clube. Vi o entusiasmo do Nani, uma alegria contagiante. Fiquei encantado”, disse Sousa Cintra, destacando ainda o reencontro de Nani com José Peseiro: “Foi o nosso treinador que lançou o Nani.”

De facto, o internacional português vai voltar a ter José Peseiro como treinador – foi o técnico que o lançou na equipa principal do Sporting, na época 2005-06. “Estou muito satisfeito e orgulhoso por voltar a trabalhar com ele”, admitiu o futebolista, que na última temporada esteve cedido à Lazio pelo Valência.

“É sempre bom voltar a casa, estar perto da família e amigos. É uma casa que conheço bem, onde me sinto bem. Estou muito feliz por esta decisão que tomei. Sabemos que o clube passou por uma fase um pouco complicada, mas estamos aqui para dar a volta e para ter a certeza que, de hoje em diante, o clube possa melhorar a cada dia. Vou tentar dar o meu melhor para que possamos todos no final sairmos felizes por termos feito uma boa época”, disse Nani.

“Tive muitas propostas, algumas propostas aliciantes, mas preferi o Sporting por uma questão de orgulho e palavra. O que conta é aquilo que eu sinto, aquilo que eu quero. Estou feliz pela minha decisão e por estar a representar o Sporting”, acrescentou o quarto futebolista com mais internacionalizações na história da selecção portuguesa, com 112 jogos e 24 golos.

Sem falar em metas específicas, Nani vincou que a prioridade dos “leões” passa por “construir um grupo forte, dedicado, ciente das nossas capacidades e dos nossos objectivos. Se tivermos um grupo coeso tudo é possível. O mais importante é estarmos bem entre nós, se assim for conseguiremos dar uma boa resposta dentro de campo.”

Quanto aos incidentes de Maio na academia de Alcochete, que motivaram a rescisão invocando justa causa de nove futebolistas (entretanto Bruno Fernandes voltou atrás nessa decisão), Nani preferiu virar a página: O que aconteceu é passado, já todos deram a sua opinião. Estamos aqui para falar de coisas positivas e do futuro. Temos de nos focar naquilo que de bom o clube pode fazer daqui para a frente.”