Ministro compromete-se a lançar obra para ala pediátrica do São João até fim da legislatura
PCP, PSD, CDS e BE lembraram ao ministro da Saúde que no final de Abril tinha dito que "em duas semanas" o investimento da ala pediátrica estaria resolvido, quando em Julho "nada se encontra resolvido". O horário das 35 horas na saúde é outro dos temas fortes da audição. "Provavelmente não haverá condições orçamentais para recrutarmos este ano todo o universo de profissionais desejável", admite Campos Fernandes.
O ministro da Saúde comprometeu-se nesta quarta-feira a lançar a obra da ala pediátrica do Hospital de São João até final da legislatura e disse que o "investimento está autorizado", encontrando-se a ser ultimado o plano de investimento.
Adalberto Campos Fernandes está nesta quarta-feira a ser ouvido na comissão parlamentar de Saúde, com todos os partidos, incluindo o PS, a pedirem ao ministro um ponto da situação do investimento para a nova ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto.
Segundo o governante, o investimento "está autorizado", encontrando-se a administração regional de Saúde do Norte e o hospital a "ultimar o plano de investimento".
PCP, PSD, CDS e Bloco de Esquerda lembraram ao ministro da Saúde que no final de Abril tinha dito que "em duas semanas" o investimento da ala pediátrica estaria resolvido, quando em Julho "nada se encontra resolvido".
Foi em Abril que a construção da nova ala pediátrica do São João ganhou relevo, quando pais de crianças com doenças oncológicas denunciaram as más condições de atendimento.
Entretanto, nesta quarta-feira o ministro Campos Fernandes recordou aos deputados que o hospital já remodelou uma área para as crianças em condições mais frágeis.
Impacto das 35 horas
Durante a audição PSD e Bloco de Esquerda estimaram que seja preciso contratar mais de 5000 novos profissionais de saúde para cobrir as necessidades da passagem às 35 horas de trabalho, considerando claramente insuficiente a contratação de 2000 trabalhadores anunciada pelo Governo.
O deputado do Bloco de Esquerda Moisés Ferreira prevê mesmo que o Governo devia contratar entre cinco a seis mil profissionais de saúde para garantir o funcionamento dos serviços com a passagem dos trabalhadores da saúde das 40 para as 35 horas semanais a 1 de Julho.
O ministro Adalberto Campos Ferreira repetiu dados que tem revelado nas últimas semanas: serão contratados mais 2000 profissionais a partir deste mês e foram contratados até final de Maio 1600 já a contar com as 35 horas de trabalho semanais. E remeteu para o Outono a eventual contratação adicional de trabalhadores. "Provavelmente não haverá condições orçamentais para recrutarmos este ano todo o universo de profissionais desejável", admitiu.
"Não são necessários 2000 profissionais apenas. São necessários entre 5000 a 6000 profissionais para garantir o funcionamento dos serviços. Não é uma reivindicação dos sindicatos, é a necessidade dos serviços", afirmou Moisés Ferreira, em interpelação ao ministro da Saúde.
O Bloco de Esquerda considerou ainda que o Ministério da Saúde está a aplicar as 35 horas de trabalho semanais, mas a fazer depois com que os profissionais trabalhem muitas horas suplementares, que muitas vezes não são pagas, indo para uma bolsa de horas.
Também o PSD, pela voz do deputado Ricardo Baptista Leite, estima que sejam necessários pelo menos 2000 enfermeiros e 3000 outros trabalhadores "para colmatar as necessidades básicas das 35 horas".
A deputada do PCP Carla Cruz considerou igualmente insuficiente a contratação de dois mil novos profissionais e pediu ao ministro para esclarecer quantos profissionais pretende contratar na anunciada segunda fase de contratações, a partir de Outubro.