Esta cafetaria faz-nos lembrar a casa da avó
O Espaço Criativo Biscoito é um daqueles lugares que nos leva a recuar ao passado, mas com bebidas e petiscos actuais e atentos às exigências modernas. Fica no bairro da Beira Mar, em Aveiro.
O napperon que decora a mesa redonda é apenas o toque final. Do abat-jour plantado num dos cantos da sala até ao móvel guarda-louça, passando pelas cadeiras e pelo sofá de couro, tudo ali nos transporta para uma outra época. Talvez até para um espaço em particular: a casa das nossas avós. E não é só pela decoração que o Espaço Criativo Biscoito quer levar os seus clientes a viajar até às salas de antigamente. Aqui, tudo é caseiro. “E feito com muito amor”, acrescenta Liliana Cachim, proprietária do espaço, juntamente com o seu marido, Bruno Ribeiro. Situado no bairro típico da Beira Mar, bem no centro de Aveiro, o Criativo Biscoito nasceu do “casamento” dos sonhos de Liliana e Bruno.
Ela, profissional de marketing e blogger, andava à procura de um espaço para fazer formação na área da alimentação saudável. “Encontrei este espaço e foi amor à primeira vista”, recorda Liliana Cachim que, ao aperceber-se que aquele rés-do-chão da Rua D. Jorge Lencastre tinha “duas salas e duas portas de entrada independentes”, decidiu aliar o seu projecto ao do marido. “O Bruno tinha o sonho ter um wine bar e este espaço permitia-nos ter as duas coisas: cafetaria e espaço de workshops”, explica.
Arregaçaram as mangas e deram início a uma verdadeira “cruzada”, com “algumas idas ao Porto, a antiquários, muita pesquisa na Internet, muitas horas a negociar preços”, recordam. “No final, quando colocámos todos os móveis no sítio, tudo fez sentido”, faz questão de notar Liliana Cachim, ao mesmo tempo que autoproclama o Espaço Criativo Biscoito como o “mais Arte Nova” dos cafés de Aveiro. A quem o visita é dado o privilégio de beber chá “em chávenas do início do século XX, ou beber café em chávenas que se pousam em napperons feitos à mão, alguns com mais de 100 anos”, realça ainda a proprietária.
Na carta, tudo parece ser, igualmente, genuíno. “Compramos alimentos frescos todos os dias, fazemos os nossos próprios molhos, os hambúrgueres e as almôndegas são moldados à mão… É tudo confeccionado como em casa dos nossos pais e avós, com amor”, asseguram Liliana e Bruno. E prova de que a aposta passa por produtos frescos é o facto de uma parte da carta ser sazonal, ou seja, feita com produtos da época.
Refeições e petiscos vegan em destaque
Ainda que o menu apresente propostas para todos os gostos, as estrelas da casa residem nas opções vegan, com especial destaque para o hambúrguer vegan em pão de algas ou a lasanha de vegetais. Também há propostas sem glúten, nomeadamente um hambúrguer de frango sem glúten, e pratos mais tradicionais (bacalhau com natas ou arroz de pato). Os petiscos são outra das apostas fortes da carta da casa. Desde o best-seller requeijão de Seia no forno até às tábuas de queijos e enchidos, passando pela salada criativa ou pela alheira vegan com grão e especiarias, são várias as opções disponíveis. E nem os mais gulosos se podem queixar de não ter por onde escolher: gelados (que aqui se chamam nice cream), bolo brigadeiro, red velvet e brownies, são presença assídua na carta de doces — apresentada num quadro de lousa, escrito a giz.
Entre as bebidas com mais saída estão os chás da casa (branco, verde, preto, vermelho, frutos e os especiais: bem-estar e detox), as cervejas artesanais e os vinhos. “Em matéria de vinhos, tentamos ter sempre propostas diferentes daquelas que há aqui à volta; a ideia é que os clientes tenham sempre aqui experiências únicas”, desvenda Bruno Ribeiro, que é, também, profundo conhecedor da arte de fazer cocktails. “Aqui, saem muito os cocktails com gin e tento apostar em frutas e cores diferentes”, acrescenta. Não há limites para a criatividade. Afinal de contas, este é um espaço que reserva uma sala para que ela aconteça: o espaço de workshops, que vai recebendo vários eventos, muitos deles com nomes conhecidos da blogosfera — a sala, com capacidade para 20 pessoas, também pode ser adaptada a espaço para jantares e eventos reservados.
Está, assim, explicada a parte do “criativo” do nome. E o biscoito? “O café que aqui existia, anteriormente, chamava-se Biscoito”, revela Liliana que, dada a sua experiência na área do marketing, apurou que existiriam “vantagens em manter uma associação ao nome anterior”.