Uruguai, um histórico dos Mundiais renascido por Óscar Tabarez
A equipa "celeste" tem dois títulos mundiais, sendo que um deles ficou na história do futebol como um dos maiores pesadelos do Brasil. Em 2010 chegou às meias-finais e nessa equipa já se destacavam vários jogadores que prometem dar muitas dores de cabeça a Portugal no sábado.
A selecção nacional vai defrontar no sábado o Uruguai nos oitavos-de-final do Mundial da Rússia. Da equipa “celeste” salta logo à vista a dupla de atacantes, composta por Luis Suárez e Edison Cavani, ou o central do Atlético de Madrid Diego Godín, que contribuem para que esta seja uma das equipas mais fortes da América do Sul. Mas não é de agora que os uruguaios chegam a um Campeonato do Mundo com uma equipa forte e com possibilidades de chegar longe. A tradição desta selecção vem de muito cedo.
Depois de conquistar duas medalhas de ouro olímpicas seguidas (em 1924 e 1928), o Uruguai foi o país eleito para receber o primeiro Mundial, em 1930. E não poderia ter começado melhor, tornando-se o primeiro campeão do mundo da história.
Na final, a “celeste” defrontou a Argentina perante mais de 90 mil espectadores. Venceu por 4-2 depois de ir para o intervalo a perder 2-1.
O Uruguai só voltou a participar na competição em 1950, depois de boicotar os Mundiais de 1934 e 1938, tal como todos os países sul-americanos. Depois de terminada em II Guerra mundial, a FIFA escolheu o Brasil como anfitrião.
E esta edição ficaria para a história. A final, na altura, era disputada em formato de play-off entre quatro equipas. Eram elas o Brasil, Suécia, Espanha e Uruguai.
Os uruguaios começaram a empatar com a Espanha (2-2) e venceram o segundo jogo contra a Suécia (3-2). No último e decisivo jogo a “celeste” defrontava o favorito Brasil – que tinha goleado a Suécia e a Espanha nos outros dois encontros (7-1 e 6-1, respectivamente) – no Maracanã. Mais de 200 mil pessoas assistiram ao famoso “Maracanaço”.
Ao Brasil bastava o empate. E a “canarinha” até começou a ganhar mas o Uruguai acabou por dar a volta e venceu por 2-1 – tudo isto só na segunda parte. Para sempre ficou recordado o silêncio absoluto das centenas de milhares de brasileiros que estavam no estádio e uma das reviravoltas mais inesperadas e dramáticas da história do futebol.
O choque que esta derrota gerou no Brasil foi tal, que muitos jogadores que jogaram essa final terminaram a carreira e os outros nunca mais foram chamados à selecção. As cores que a selecção utiliza actualmente são também fruto dessa derrota histórica. Na altura, o Brasil vestia de branco, cor nunca mais usada perante tamanho “azar”. Foi a partir desse dia, 16 de Julho de 1950, que os brasileiros passaram a equipar-se de amarelo e azul.
Este foi também o último título mundial do Uruguai, que conquistou ainda 15 Copas Américas, sendo a selecção com mais títulos nesta competição continental.
O período entre 1974 e 2006 foi o mais pobre desta selecção no que diz respeito a Mundiais. Apenas participou quatro vezes na competição e sempre com resultados pouco relevantes.
Foi Óscar Tabárez, actual seleccionador, que levou novamente o Uruguai ao topo do mundo. Nomeadamente, em 2010, na África do Sul, onde chegou às meias-finais, sendo aí derrotado pela Holanda por 3-2. No jogo de atribuição do terceiro e quarto lugar voltaria a perder, desta vez com a Alemanha, e novamente por 3-2.
Nessa competição destacou-se Diego Forlán, que foi um dos melhores marcadores e foi considerado o melhor jogador do Mundial.
Aí já despontavam alguns jogadores que prometem dar muitas dores de cabeça à equipa de Fernando Santos, tais como Luis Suárez, Edison Cavani ou Diego Godín.
A participação no último Mundial, em 2014 no Brasil, foi mais tímida, apesar de ter vencido a Itália e Inglaterra na fase de grupos. Acabou por cair nos oitavos-de-final perante a Colômbia.
Agora é Portugal que se cruza na história quase centenária do Uruguai nos Mundiais de futebol.
Notícia corrigida dia 28/06 às 08h34: a selecção do Uruguai tem 15 títulos na Copa América e não nove como, erradamente, se lia anteriormente.