“O Infarmed está melhor no Porto do que em Lisboa”

Presidente da Câmara Municipal do Porto elogiou o relatório do Grupo de Trabalho, que garante que a mudança para o Porto será benéfica para o instituto público.

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“A ideia primária de que as instituições ficam em Lisboa e, se for caso disso, não podem ser deslocalizadas de lá para qualquer outro sítio, acabou”, começou por dizer Rui Moreira LUSA/MANUEL FERNANDO ARAÚJO

Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, espera que o Infarmed esteja localizado no Porto e em pleno funcionamento a 1 de Janeiro de 2019. “Não havendo nada que tecnicamente impeça que o Infarmed se localize no Porto", diz, que "seja estabelecido um calendário que, o mais rapidamente possível, permita que tal aconteça”, afirmou Rui Moreira.

Numa conferência de imprensa realizada ao início da tarde desta segunda-feira, o presidente da Câmara do Porto comentou os resultados do relatório do Grupo de Trabalho criado em Dezembro, que revelou vantagens económicas (poupança de 8,5 milhões de euros em 15 anos) e de eficiência na mudança do instituto para o Porto. 

“A ideia primária de que as instituições ficam em Lisboa e, se for caso disso, não podem ser deslocalizadas de lá para qualquer outro sítio, acabou”, começou por dizer Rui Moreira  afirmando que esta mudança significa o fim de “velhos mitos centralistas”. O presidente da câmara assegurou ainda que, aquando da decisão de mover o Infarmed para o Porto, “muitos foram os que se apressaram a acenar com ameaças, chantagens e perigos ocultos”.

Apesar de não ter qualquer representante no estudo — divulgado nesta segunda-feira pelo Jornal de Notícias — a câmara confirma que colaborou, a pedido do Professor Henrique Luz Rodrigues, ex-director do Infarmed, no mapeamento e identificação do impacto urbanístico da transição para o Porto. 

Quando questionado sobre o facto de a maioria dos trabalhadores do Infarmed estarem contra uma mudança da capital, Rui Moreira não teve “papas na língua”: “Não faltarão muitos funcionários públicos que são do Porto e que, por várias razões, têm de ir para Lisboa. Basta ir à estação de Campanhã numa segunda-feira de manhã para perceber que se eles não quiserem, outros quererão."

O autarca disse ainda que, apesar de as principais valências ficarem localizadas no Porto, é possível que em Lisboa “fique uma delegação” do instituto público.

Moreira garantiu, por fim, que “o Infarmed está melhor no Porto do que em Lisboa” sendo a mudança “melhor para o país e melhor para a capital”.

A Comissão de Trabalhadores do Infarmed reagiu igualmente à notícia de que a deslocalização traria poupanças e maior produtividade. Em comunicado, os funcionários referem que a poupança apontada pelo grupo de trabalho poderia ser conseguida em qualquer cidade, inclusive Lisboa, onde o organismo funciona. E relembram que a maioria dos trabalhadores (93%) não está disponível para a deslocalização. Uma percentagem muito semelhante à de um primeiro inquérito feito pela comissão de trabalhadores em Novembro, quando a intenção do Governo de deslocalizar o Infarmed para o Porto foi conhecida através da comunicação social, apanhando funcionários e conselho directivo de surpresa. A comissão frisa que também agora, e uma vez mais, soube dos resultados do grupo de trabalho através da comunicação social. Para esta terça-feira convocou uma conferência de imprensa.

Texto editado por Andreia Sanches

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