23 países querem acelerar a redução das emissões de gases com efeito de estufa

Governos querem investir mais dinheiro em projectos que ajudem a cumprir as metas do acordo de Paris.

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A emissão de dióxido de carbono está a causar o aquecimento global Reuters/HANDOUT

Mais de 20 países declararam que vão tentar reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa para lá do que já está definido no acordo de Paris, cuja data limite de implementação é 2020 e tem como objectivo manter o aumento da temperatura média da Terra abaixo dos dois graus Celsius em relação ao nível de temperatura pré-industriais. “Comprometemo-nos a explorar novas possibilidades para irmos mais além do que as nossas ambições. Pedimos a outros países que se juntem a nós”, lê-se num comunicado dos 23 países, enviado pelas ilhas Marshall esta quarta-feira.

Os países envolvidos no compromisso aplaudiram a decisão das Nações Unidas (ONU) que marcou uma cimeira sobre as alterações climáticas para Setembro de 2019. Esta reunião servirá para se avaliar a aplicação das medidas contra o aquecimento global previstas no acordo de Paris, assinado em 2015, e subscrito por quase duzentos países.

A Alemanha, a Argentina, o Canadá, a França fazem parte da lista dos 23 países que assinaram o comunicado e que integra pequenas ilhas-nação do oceano Pacífico. Os governos sublinharam ainda a intenção de elaborar uma estratégia a longo-prazo, com o objectivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e prometeram mais fundos e investimento em projectos que ajudem a que as metas do acordo de Paris sejam cumpridas.

Um rascunho de um relatório da ONU previsto para ser publicado em Outubro, mas que foi libertado previamente, avisa que a temperatura média da Terra vai ultrapassar os 1,5 graus Celsius por volta de 2040 se os governos não tomarem medidas "rápidas e de grande alcance". As 23 nações vão basear-se neste documento para desenvolverem medidas que limitem o aumento das temperaturas que já estão a causar ondas de calor, chuvas torrenciais e secas.

A China, que é o maior produtor de gases com efeito de estufa, não está entre os subscritores desta declaração. Porém, Pequim faz parte do grupo de nações que assinou o acordo de Paris. Já os Estados Unidos saíram do acordo, enfraquecendo-o. Os EUA são o segundo maior emissor de gases com efeito de estufa. 

Os pequenos estados-ilha temem que o aumento do nível do mar causado pelo aquecimento global engula estes territórios insulatres. "Se não formos mais ambiciosos até 2020, será demasiado tarde para a minha ilha-nação", declarou Hilda Heine, Presidente das ilhas Marshall.