Migrantes do Aquarius vão mesmo para Valência com ajuda de barcos italianos

Está desfeito o impasse. Dois barcos militares de Itália vão ajudar a transportar os 629 migrantes até Espanha.

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Reuters/Tony Gentile

Parece ser o fim do impasse. Os 629 migrantes que foram resgatados em águas internacionais ao largo da Líbia vão mesmo ser transportados para Valência, em Espanha, confirmou o coordenador dos Médicos Sem Fronteiras, que está a bordo do navio Aquarius, noticia o El País.

Depois da oferta de Espanha, cujo chefe de Governo abriu o porto de Valência, o responsável do Aquarius disse que não havia condições de segurança para levar o navio até ao porto espanhol. Mas agora já será possível, graças à ajuda de dois barcos militares italianos, que ajudarão a transportar os migrantes.

Segundo o El País, o Aquarius (fretado  pelos Médicos Sem Fronteiras e pela SOS Mediterrâneo) transportará uma centena de passageiros (os que couberem na zona coberta) e os restantes serão transferidos para duas embarcações da Guarda Costeira e da Marinha Italiana.

Itália disponibilizou-se para levar comida e medicamentos ao Aquarius, algo que já aconteceu, como mostra um vídeo publicado esta manhã no Twitter por uma jornalista que está a bordo da embarcação.

A mesma jornalista explicou que antes de parte dos passageiros ser transferida para os dois barcos italianos a situação será explicada aos migrantes.

A bordo do Aquarius estão 629 pessoas, incluindo 123 menores não acompanhados, onze bebés e sete grávidas. O Governo de Itália proibiu que desembarquem nos seus portos, num sinal da política do novo Governo, e Malta também não quis, enviando-lhes a comida que já faltava a bordo. 

Valência a preparar-se

A vice-presidente do governo valenciano, Mónica Oltra, adiantou que a Cruz Vermelha já preparou a recepção aos imigrantes transportados pelo navio Aquarius. As 629 pessoas que viajam no navio estão numa situação “limite”: entre elas há mais de 120 crianças e mulheres grávidas, que estão vacinadas e têm alimentos para 24 horas, disse Mónica Oltra em declarações à cadeia de televisão SER.

A vice-presidente do governo valenciano explicou que a Cruz Vermelha vai ficar encarregue, dada a sua experiência, do dispositivo de acolhimento dos imigrantes durante as primeiras horas e os primeiros dias, estando já a ser preparadas camas e alimentos necessários após o desembarque no porto.

A responsável precisou também ter sido pedida uma “radiografia” dos perfis das pessoas para saber, antes de chegarem a Valência, a sua situação médica ou idades das crianças, para que os dispositivos estejam preparados da melhor forma.

Mónica Oltra assegurou que todas as organizações não-governamentais (ONG) foram mobilizadas, bem como entidades privadas, o arcebispado de Valência e muitas pessoas a título individual. com Lusa

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