Ryanair faz primeiro acordo com tripulantes de cabina em Itália

Transportadora aérea diz que ANPAV e ANPAC vão representar “os tripulantes de cabina directamente empregados pela Ryanair em Itália”. Greve a nível europeu continua de pé.

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Ryanair tem 80 aviões em Itália Reuters/AGENCJA GAZETA

A Ryanair afirmou esta quarta-feira ter assinado o seu primeiro acordo de reconhecimento de um sindicato de tripulantes de cabina, em Itália. De acordo com um comunicado enviado pela transportadora aérea low cost irlandesa, o entendimento foi feito com a ANPAV, uma associação de assistentes de voo – também a ANPAC, de pilotos, é mencionada no documento. Estas estruturas, refere-se, “representarão os tripulantes de cabina directamente empregados pela Ryanair em Itália”.

“Este acordo surge no seguimento de um extensivo período de negociações com a ANPAC e a ANPAV desde Dezembro de 2017, momento em que a Ryanair anunciou a sua disponibilidade para reconhecer sindicatos no âmbito de negociações colectivas”, afirmou a empresa. No comunicado, a transportadora diz que “mal pode esperar por trabalhar” com as duas organizações representativas de trabalhadores, “e o seu recém-eleito conselho de representantes Ryanair (tripulantes de cabina) para concluir logo que possível um contrato colectivo de trabalho para os tripulantes directamente empregados pela Ryanair com base em Itália”.

De acordo com a empresa, a transportadora tem neste país 80 aviões (de um total superior a 400) e “cerca de 20% dos seus tripulantes de cabina”.

Eddie Wilson, responsável pelos recursos humanos da Ryanair, afirmou, no mesmo documento, que a empresa espera assinar “mais acordos de reconhecimento com sindicatos de pilotos e tripulantes de cabina ao longo das próximas semanas”.

Greve no ar

No caso de Itália, há outras estruturas representativas dos trabalhadores dos tripulantes de cabina em Itália além da ANPAV, como o Uiltrasporti. Este sindicato é uma das estruturas europeias que se juntaram ao Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) para contestar as políticas laborais da Ryanair.

Na semana passada, cinco sindicatos (incluindo o ACV/CSC, da Bélgica, o SITCPLA e o USO, de Espanha, além do Uiltrasporti e do SNPVAC) confirmaram, após uma reunião em Madrid, que avançam para uma greve a nível europeu se a transportadora aérea nada mudar até ao final deste mês de Junho. No encontro realizado em Lisboa, a 24 de Abril, tinham estado também sindicatos da Alemanha e da Holanda.

No comunicado conjunto emitido após a reunião de Madrid, os cinco sindicatos afirmam ter analisado processos disciplinares da Ryanair “que puniram apenas aqueles que fizeram a greve em Portugal e os tripulantes de outros países que se recusaram a participar nas exigências ilegais para substituir os trabalhadores em greve durante a semana da Páscoa”.

Da mesma forma, dizem ter concedido “tempo suficiente para que a Ryanair iniciasse o processo de cumprimento da legislação europeia” em termos laborais (como a aceitação da legislação do país em questão em aspectos como a parentalidade, conforme já referiu o SNPVAC). Assim, e caso nada aconteça até ao final deste mês, os sindicatos irão voltar a reunir-se “e comunicar as acções de greve para o Verão, com datas precisas”.

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