Greve dos ferroviários pára 90% dos comboios de norte a sul do país

Na zona urbana de Lisboa, a taxa de paralisação atinge os 100%. A greve é um protesto contra a possibilidade de circularem comboios com um único agente.

Infraestrutura, transporte público
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Adriano Miranda
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Trânsito rápido, trem, transporte ferroviário, estação de trem, estação de trem
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Além do principal dia de paralisação, a greve afecta parcialmente os serviços de domingo e terça-feira
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Além do principal dia de paralisação, a greve afecta parcialmente os serviços de domingo e terça-feira patrícia martins

A greve dos trabalhadores ferroviários obrigou esta segunda-feira a uma paralisação de 90% dos comboios de mercadorias e de passageiros em todo o país, segundo o balanço do Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial itinerante (SFRCI).

Segundo disse à agência Lusa Luís Bravo, presidente do sindicato, a taxa de paralisação dos comboios entre as 22h e as 6h30 “está na ordem dos 90% em todo o país”, sendo que nas zonas urbanas chega a atingir os 100%. “Nas zonas urbanas de Lisboa é de 100% e no Porto de 95%”, acrescentou.

Numa nota enviada às redacções, o SFRCI saúda “os trabalhadores do sector ferroviário e os maquinistas em particular “por não cederem a pressões internas e externas comprometidas com o Governo e por não aceitarem violar a lei greve substituindo os revisores em greve”.

Os trabalhadores ferroviários da CP, Medway e Takargo estão em greve contra a possibilidade de circulação de comboios com um único agente. Os sindicatos consideram que "a circulação de comboios só com um agente põe em causa a segurança ferroviária – trabalhadores, utentes e mercadorias", e defendem, por isso, que "é preciso que não subsistam dúvidas no Regulamento Geral de Segurança (RGS)".

Os ferroviários rejeitam alterações ao RGS com o objectivo de reduzir custos operacionais e consideram que a redacção do Regulamento Geral de Segurança, em discussão nos últimos meses, deixa em aberto a possibilidade de os operadores decidirem se colocam um ou dois agentes nos comboios.

Os sindicatos subscritores do pré-aviso de greve prevêem que a paralisação tenha "um grande impacto na circulação de comboios" nesta segunda-feira e a CP admite que deverão ocorrer "fortes perturbações na circulação". Poderá ainda haver atrasos e supressões nas primeiras horas da madrugada e manhã de terça-feira.

A agência Lusa tentou saber se a CP tinha já alguns dados para primeiro balanço, mas até ao momento não foi possível obter mais informação.