Piquenique celebra a música portuguesa a gostar dela própria
Projecto de Tiago Pereira assinala o sétimo aniversário com um piquenique no domingo, mas a festa começa já sexta-feira
Tiago Pereira, realizador, documentarista, recolector de memórias, prepara um piquenique no domingo, 21 de Janeiro, em Monforte da Beira, com dezenas de instrumentistas e tocadores para celebrar A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria (MPAGDP).
O sétimo aniversário do projecto começa a ser celebrado na sexta-feira, em Beja, com Tiago Pereira a inaugurar o primeiro Centro Interpretativo d'A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria, contando com a actuação de Paulo Colaço e do Grupo Coral Douradas Espigas de Albernoa. No sábado, Tiago Pereira ruma a Lisboa para uma curadoria musical no Teatro Nacional D. Maria II, no ciclo Portugal em vias de extinção, com um grupo de polifonia de Carvalhal de Vermilhas.
A festa maior será no domingo, em Monforte da Beira, Castelo Branco, com um piquenique musical que contará com dezenas de artistas, tocadores e cantores de todo o país. Estão confirmados, entre outros, as Cantadeiras do Vale do Neiva de Viana do Castelo, do músico Pedro Mestre, das Ceifeiras de Pias e de Jorge Cruz (Diabo na Cruz).
A MPAGDP, criada a 16 de Janeiro de 2011, começou por ser um canal de música portuguesa na plataforma Vimeo que divulgava vídeos de artistas portugueses, entre músicos conhecidos e outros que saem do anonimato, a tocarem em locais inesperados. Sete anos depois, Tiago Pereira tornou-se num dos maiores recolectores de testemunhos visuais e orais da música popular portuguesa, com milhares de horas de gravações e quilómetros percorridos de norte a sul e ilhas do país.
A par da plataforma na Internet, o projecto estendeu-se a programa de rádio, a uma série de televisão, a uma curadoria no festival Bons Sons, com cerca de três mil vídeos gravados e vários documentários. Vencedor do prémio Megafone e fundador do projecto Sampladélicos, Tiago Pereira assinou filmes como Os cantadores de Paris (2017), Porque Não sou o Giacometti do século XXI (2015), Não me importava morrer se houvesse guitarras no céu (2012), Sinfonia Imaterial (2011), Arritmia (2007) e 11 burros caem no estômago vazio (2006).