Oliver North, o coronel do escândalo Irão-Contras, vai presidir à NRA
Novo presidente do mais poderoso lobby de armas nos EUA tem 74 anos.
Oliver North, antigo militar norte-americano envolvido no escândalo da venda de armas ao Irão para financiar os rebeldes anticomunistas Contras na Nicarágua, vai presidir à Associação Nacional de Armas (NRA), o grande lobby das armas nos Estados Unidos, anunciou a organização nesta segunda-feira.
“Esta é a melhor notícia desde que Charlton Heston [o actor que morreu em 2008] se tornou presidente da nossa associação”,disse Wayne LaPierre, director-geral da NRA.
“Oliver North é um lendário combatente da liberdade na América, um comunicador dotado e um líder qualificado”, afirmou LaPierre, que é quem gere de facto a organização. North, tenente coronel na reforma com 74 anos, vai pôr fim à sua colaboração com o canal de televisão conservador Fox News.
O seu nome permanece associado ao Irãogate, que abalou a presidência de Ronald Reagan, nos anos de 1980, e que se refere à venda de armas ao Irão. Os lucros serviram para financiar os rebeldes Contras, que lutavam contra o sandinista Daniel Ortega. Ambas as operações estavam proibidas pelo Congresso norte-americano.
North, então membro do Conselho Nacional de Segurança, desempenhou um papel central nas transferências. A revelação desencadeou investigações oficiais que levaram à condenação de Oliver North por destruição de documentos, obstrução a um inquérito do Congresso e aceitação de gratificação ilegal.
Mais tarde, North contestou com sucesso as condenações, argumentando com a imunidade que tinha negociado em troca do seu testemunho no Congresso.
A NRA, que reivindica cinco milhões de membros, é o maior grupo de pressão sobre armas norte-americano, extremamente activo junto de políticos eleitos, que financia ou avalia desfavoravelmente consoante as posições deles sobre armas de fogo.
Um dos grandes apoiantes da organização é o Presidente Donald Trump, que recebeu financiamento da NRA durante a campanha eleitoral que culminou na vitória sobre Hillary Clinton, em 2016.