Mulher que fingia ser proprietária de terrenos obrigada a apresentações semanais

Estima-se que a suspeita efectuou burlas num valor total de 30 mil euros.

Foto
Mulher fazia-se passar por proprietária de terrenos florestais para vender madeira Daniel Rocha

A mulher suspeita de se fazer passar por proprietária de terrenos florestais em Leiria para vender madeira vai ser obrigada a efectuar apresentações trissemanais, de acordo com as medidas de coacção conhecidas nesta segunda-feira.

Segundo a página da Procuradoria da Comarca de Leiria, após o primeiro interrogatório judicial foi determinado que a arguida aguardasse os "trâmites do processo sujeita à medida de apresentações periódicas, a efectuar três vezes por semana no posto policial mais próximo da sua residência, e à proibição daquela contactar com pessoas ou representantes de empresas ou sociedades ligadas ao ramo da aquisição/comercialização de madeira".

A GNR deteve na quinta-feira uma mulher de 42 anos suspeita de se fazer passar por proprietária de terrenos florestais para vender madeira, burlando as vítimas.

A mulher está "fortemente indiciada" da prática de 11 crimes de burla qualificada, sendo dois na forma tentada, fazendo desta actividade ilícita modo de vida, refere o Ministério Público.

Dos autos resulta que, entre 2 de Dezembro de 2016 e 3 de Maio de 2018, a arguida, "em harmonia com o plano por si delineado, abordou madeireiros no sentido de lhes propor a compra de madeira sem que fosse proprietária da mesma".

Para tal, "mostrou-lhes pinhais situados nos arredores de Leiria, designadamente em Barreiros, Amieira, Gândara dos Olivais, Regueira de Pontes e Serra de Porto de Urso, apresentando-se como proprietária, ciente que os mesmos não lhe pertenciam".

Para a concretização da venda, a mulher "exigiu a entrega antecipada de uma quantia que variou entre os 1500 e os 9500 euros".

A GNR desenvolveu durante cerca de dois meses a investigação sobre burla, sob a orientação do Departamento de Investigação e Acção Penal de Leiria, o que levou à detenção da suspeita, em flagrante delito, quando se preparava para a consumação de mais um crime.

"No seguimento das diligências foi realizada uma busca domiciliária, onde foi apreendido um cheque no valor de 3000 euros, um telemóvel e diversa documentação relacionada com a prática dos crimes. Estima-se que a suspeita efectuou burlas num valor total de 30 mil euros", acrescenta uma nota da GNR.