De acordo com notícias recentes, e dependendo do “Pêésse” e do Bloco, vai passar a ser proibido pagar ou receber em numerário montantes iguais ou superiores 3000 euros. Porquê? Porque de acordo com o “Pêésse” e o Bloco, somos todos corruptos até prova em contrário. Entenda-se por todos o “Zé Povinho”, porque propostas destas pouco mais fazem do que atirar areia ao olhos de quem ganha 400 euros por mês, tem conta bancária e cumpre religiosamente com todas as suas obrigações (e mais algumas) ao fisco, mesmo que não queira cumprir e não concorde cumprir.
Meus caros, perante tais notícias não consigo deixar de soltar esta gargalhada, pois para resolver um problema onde se encontram a nadar bancos, empresas, “offshores”, políticos e milhões de euros, propõem-se leis para controlar e taxar o “peixe miúdo”, apenas culpado de ter nascido num país onde as classes dirigentes são as mesmas desde tempos feudais, mau grado o nosso fado, e contra as quais continuamos, hoje e sempre impotentes de cada vez que joga o Benfica e alguém liga a televisão. Felizmente, em Portugal não tenho conta bancária, vivo e trabalho no estrangeiro e todo o dinheiro que trago vem numa daquelas malas pretas a condizer com o meu fato preto, a gravata preta e os óculos escuros, como nos filmes, para poder pagar tudo em dinheiro e sem pedir factura. Porquê? Porque posso! Porque o dinheiro é meu, fruto do meu trabalho, o mesmo que o meu país negou, e talvez seja presunção minha, ou apenas inocência, mas da última vez que saí de Portugal ainda vivíamos em democracia. Decididamente, estou enganado.
De agora em diante vivemos sob o jugo deste “Big Brother” numa sociedade dita moderna onde insidiosamente se cria uma polícia contra o cidadão comum, sempre culpado diante de um Estado impiedoso para os fracos ao mesmo tempo que pisca o olho e dá umas palmadinhas nas costas a quem foge a bom fugir com todo o dinheiro que pode para nunca mais voltar. Entendamo-nos, o dinheiro que todos os dias sai do país com a conivência do “Pêésse” e do Bloco é nosso. Se meia dúzia de pessoas concentram nas suas mãos a riqueza de uma nação, tal só acontece quando se condena todo um povo à miséria, desesperança e morte. Encontremos os culpados, porque identificar não é preciso, já toda a gente sabe quem são, aparecem todos os dias nas notícias mas não há quem lhes ponha a mão!
Portanto, ai deles, aos donos das empresas, políticos, banqueiros e juízes afins, se os vemos na rua a passear a vida alegremente, pois se há lição aprendida com a História é a de que os povos não são apenas vingativos, são cruéis, e no dia em que cabeças nos rolarem nas mãos, incrédulas de sangue e dor, vozes gritarão incendiando ruas e cidades numa sede incansável de morte e o Sol parará no firmamento até que se faça justiça, toda a justiça em falta de há 1000 anos para cá.