Uma aplicação que auxilia diabéticos do tipo I (dependentes de insulina) na gestão da patologia foi desenvolvida por investigadores do Porto, que pretendem agora inserir na tecnologia conselhos aos utilizadores e padrões que indicam desvios do controlo da doença.
Para tal, a aplicação MyDiabetes possibilita ao utente a introdução diária de registos de glicemia, insulina, refeições, exercício físico e stress, entre outros, indicou à Lusa o investigador Pedro Brandão. De maneira a fornecer conselhos aos utentes, os envolvidos no projecto querem "embeber" na aplicação procedimentos para lidar com a doença que o médico endocronologista indica aos diabéticos nas consultas de modo a que, quando confrontado com a situação, o paciente possa recordar a acção a seguir.
Os dados que o utilizador insere diariamente na MyDiabetes são utilizados também para detectar padrões "mais subtis" nos registos efectuados, tendo em conta o que é o conhecimento médico inscrito na aplicação. "Isto poderá reflectir-se em avisos ao paciente sobre o padrão ou mesmo em novos conselhos que são criados baseados nas regras médicas", explicou. Segundo o investigador, são estas funcionalidades que distinguem esta aplicação de outras existentes no mercado.
A tecnologia tem sido desenvolvida no âmbito de mestrados e de um projecto interno do Instituto de Telecomunicações, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Neste momento, estão envolvidos no projecto três professores do Instituto de Telecomunicações e do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência - INESC TEC, um aluno de doutoramento da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, dois médicos endocronologistas e um enfermeiro do Hospital São João e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.