O Partido Popular Europeu apresentou, recentemente, ao Parlamento Europeu uma proposta de interrail gratuito. O objectivo é que todos os jovens que completam 18 anos possam viajar pela Europa de forma gratuita, permitindo aumentar o “espírito europeu” e dar-lhes (aos jovens), “meios para descobrir quem são os seus vizinhos”.
Parece-me uma proposta de bom investimento, tendo no fundo uma clara motivação de restaurar o sonho do projecto Europeu, e que permite alargar horizontes e o contacto com realidades diferentes e novas formas de pensar e de viver.
Falo com sentido de causa: quando viajamos e nos embrenhamos no quotidiano de uma outra realidade e no contacto com outros povos, tornamo-nos pessoas mais conscientes das necessidades do outro e das suas formas de vida. Num verdadeiro exercício de empatia, acabamos até, muitas vezes, por valorizar, e muito, a nossa realidade e a vida no nosso país.
Uma proposta maior
Creio, assim, que poderá estar aqui a chave para o desenvolvimento de gerações mais pacíficas e cordiais, ou até, num sentido mais lato do termo, diplomatas. Um autêntico complemento à educação dos jovens e uma forma de combater racismos e xenofobias, motivadas, na maior parte das vezes, pelo desconhecimento do “outro”. Tenho, no entanto, um sonho maior para esta proposta, que, claro, poderá não passar de um sonho…
A realidade e a cultura dos países europeus não difere assim tanto uns dos outros. No máximo, conseguimos obter uma maior diferença quando comparámos por exemplo os países nórdicos com os de leste.
O que eu propunha passava por uma interacção com culturas ainda mais distintas, desviando, claro, o objectivo do “conhecimento europeu” para um conhecimento das mais diversas realidades mundiais, que passasse pelos cinco continentes! Seria este um interrail que serviria não só para restaurar a União (Europeia), mas também para promover a união!