Fajã do Santo Cristo vai ter parque de campismo e trilhos recuperados

A 19 de Março, as fajãs foram classificadas como Reserva da Biosfera pela Unesco

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A fajã da Caldeira do Santo Cristo, em São Jorge, Açores, vai ter um parque de campismo e os trilhos recuperados, segundo um contrato entre o Governo Regional e o município da Calheta.

O contrato, no valor de 780 mil euros, financiados na totalidade pelo executivo açoriano, visa a recuperação e remodelação dos trilhos tradicionais no interior da fajã do Santo Cristo, bem como a instalação de uma zona de apoio, acolhimento e descanso para os visitantes que percorrem os trilhos e acedem ao local.

A ilha de São Jorge tem mais de sete dezenas de fajãs, terrenos planos e férteis ao nível do mar que resultaram da acumulação de detritos na sequência de terramotos ou escoadas lávicas de erupções vulcânicas. A 19 de Março, as fajãs foram classificadas como Reserva da Biosfera pela Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

À agência Lusa, o presidente da Câmara da Calheta, Décio Pereira, sublinhou a importância do investimento "no local de maior visitação da ilha de São Jorge e um dos mais visitados dos Açores". "Vai permitir a reabilitação dos arruamentos da fajã e evitar o campismo selvagem, num projecto integradíssimo na fajã", referiu Décio Pereira, referindo que o investimento deverá estar concluído dentro de ano e meio.

O autarca explicou que à fajã não se chega de carro, mas apenas a pé ou de moto quatro, adiantando, por outro lado, que "é uma fajã virada a norte da ilha, pelo que poderá haver dias cujas condições meteorológicas impossibilitem a execução dos trabalhos". Décio Pereira destacou que o projecto "respeita a arquitectura do lugar", assegurando ainda que "não vai haver inovações, nem prejudicar a imagem da caldeira".

O secretário regional da Agricultura e Ambiente, Luís Neto Viveiros, acrescentou que a fajã de Santo Cristo "é uma zona emblemática da ilha de São Jorge e dos Açores e reúne características muito particulares e, por isso, faz todo o sentido, sem alterar a paisagem, criar melhores condições de conforto a quem lá vive e a quem visita". Neto Viveiros esclareceu que na parceria com o município da Calheta está contemplada a recuperação dos trilhos, "pavimentando-os com pedra característica do local", assim como uma zona de apoio aos visitantes que inclui um pequena área para campismo, balneários e bar.

O governante garante que se trata de um projecto que respeita as características do local e acredita que vai potenciar o turismo. Considerada um santuário do bodyboard e do surf, é o único local nos Açores onde se desenvolvem amêijoas.