3Pês: Nice Weather For Ducks, um boletim de Verão permanente

Promo, Palco e Pista: os 3Pês de António Barroso. Sugestões musicais para este fim-de-semana, de 7 a 9 de Julho

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Com Portugal nas melhores andanças do futebol, nada como começar esta quinta-feira, 7 de Julho, por Leiria, obrigado a isso pelo novo registo dos Nice Weather For Ducks. E ainda há Filipe “Partisan Seed” Miranda, of Montreal, Still Corners e Oláfur Arnalds.

Promo

Depois de “Quack” (2012), os Nice Weather for Ducks regressaram com “Love Is You And Me Under The Nighty Sky”, bem maturado entre estradas, viagens transatlânticas e experiências pessoais do colectivo leiriense.

Um polvilhado com medidas exactas de referências “indie”, bem melódico e capaz de embalar Verão adentro, com temas como “Marigold” ou “On the Sand, By The Sea”, ou mais melancólicos, como “Dreams #14” e “Untiltled Love #002”.

Também da “tugalândia”, o multifacetado Filipe Miranda (há artes visuais e escrita com a sua assinatura, a par do projecto The Partisan Seed) resolveu abrir caminho em nome próprio, com “Estrada” (descarga gratuita no link), no que poderá ser um avanço para um longa-duração muito em breve.

Entretanto, Agosto é data para se conhecer melhor o 15.º disco dos norte-americanos of Montreal, “Innocence Reaches”, cuja primeira amostra é “It´s Different For Girls”.

Reservado para Setembro está o terceiro lp dos Still Corners, que se vai chamar “Dead Blue” e do qual já se conhece “Lost Boys” e “Horses ate Night”. Há que manter alguma esperança na pop quando a dupla londrina Greg Hughes e Tessa Murray mete mãos ao trabalho, recordando a elegância de “The Trip”, de “Strange Pleasures” (2013).

Por fim, sugestão para um registo mais feérico e envolvente, com inspiração nos cenários gélidos e serenos da Islândia: o mais recente de Oláfur Arnalds, chamado “Island Songs”, que retrata uma viagem de sete semanas pelo país, conciliando a arte de outros músicos locais. Depois de “For Now I Am Winter” (2013) e uma série de trabalhos em colaboração, do mais recente ouçam-se os exemplos “Árbákkinn” e “1995”, duas peças lindíssimas, de um total de sete, escritas e produzidas em sete locais diferentes.

Palco

Apesar de ser fim-de-semana de Alive, há boas sugestões para outros palcos, não desmerecendo o fabuloso cartaz para as noites em Algés

 

Mais pequeno, mas muito interessante é a edição do Souto Rock, em Barcelos, entre esta quinta-feira e sábado: Leviatã, Grandfather’s House, RATERE, 10.000 Russos, Antipodas Fall, Esferobeat, Stone Dead, Plus Ultra, Kilimanjaro e The Parkinsons.

Também esta quinta-feira, na marginal de Matosinhos, a brasileira Maria Rita é a convidada da Orquestra de Jazz de Matosinhos, que recriará, para a voz da cantora, temas como “Agora Só Falta Você”, “Num Corpo Só” e “Mente ao Meu Coração”, em modo de big band, tal como fizeram, há duas semanas, na Casa da Música, no Porto, para o Sérgio Godinho.

No sábado, o Hard Club (Porto) será palco para Sun Kil Moon, SUMAC e Mamiffer, três propostas diferentes: indie folk, post-metal e post-rock na mesma noite, que celebra os 10 anos de trabalho da produtora Amplificasom.

Marl Kozelek regressa a Portugal a promover o último registo da banda, chamado Jesu/Sun Kil Moon, editado há pouco tempo, enquanto as duas outras bandas fazem a sua estreia em terras lusas, também com discos actuais para apresentar, respectivamente “What One Becomes” e “The World Unseen”.

Pista

Sexta, na Casa de Ló (Porto), há Mar Superior DJ set, para fazer planar de tarde e a obrigar ao meneio de ancas depois do jantar. A selecção de Nuno “o” Gusmão (passa Low!) remete para décadas lá de trás e convive muito razoavelmente com o indie-rock dos nossos dias, que é como quem diz, a cerveja é sempre boa, só depende da forma como se degluta.

Pop-rock alternativo de todas as eras é também proposta n’ O Bom O Mau e O Vilão, em Lisboa, na mesma noite, com mais um acto Altamonte: Caos no Sodré.

Na mesma cidade, em modo mais electrónico, aconselho vivamente uma passagem pelo Lux Frágil, com Four Tet aos comandos da pista. Kieran Hebdan é um dos melhores do planeta na manipulação e composição na dance music, assim como produtor de uma série imensa de nomes da chamada música urbana.

Sábado, em Santa Maria da Feira, Isidro Lisboa sobe ao púlpito do Lusitano, um dos mais perigosos locais para se ouvir um sino. É sinal de que a casa “on fire” e já não há quem dance com o discernimento de quem visita o Louvre ou os Guggenheim. Um seleção sem reféns na estética, mas com a coerência total, da que faz com nem se nota a passagem de um malhão da Baviera para um electro-dub-psycho-clash de Milheirós de Poiares. É muito a sério e nem parece.

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