A estética na música alternativa é como nos futebóis: ninguém foge ao barómetro anglo-americano. Há já algum tempo que há nomes instalados no patamar imediatamente anterior ao da grande popularidade em nichos que se pretendem pouco populares. Parece paradoxo, mas é como Lescop. Ou como os debutantes ingleses Leif Erikson, que se parecem com muita coisa que já aí andava, mas soam a novo.
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Há, de facto, uma nova vaga pop-rock bem instalada em França e Lescop é um dos seus ícones entre a geração de Camille Berthomier (John & Jehn e Savages, onde assina como Jehnny Beth), de Yoann Lemoine (Woodkid), e dos mais recentes Kid Wise, banda suportada pela tremenda inspiração de Augustin Charnet.
Lescop, depois do álbum de estreia homónimo, de 2012, antecedido por dois “ep”, prepara o trabalho seguinte, apontado para o Outono, do qual apresentou esta semana “Dérangé”, um single na linha de “La Nuit Américaine” e “La Foret”, tudo sob a estética do catálogo Pop Noire.
Já a badalar em circuitos de onde se salta do alternativo para um reconhecimento mais vasto, em termos de audiências —não se admirem se os virem por aí em festivais de 2017 —, os londrinos Leif Erikson, depois de um primeiro “aperitivo” pelo Natal, “Looking for Signs”, mostram agora “Never Get You Out Of My Mind” e “Flying High”. Vão estrear-se em disco ainda em 2016 e têm uma estética algures entre Fleet Foxes e War on Drugs.
Duas novidades para terminar as propostas desta semana: os norte-americanos Merchandise preparam novo álbum para a 4AD e já cá puseram fora algo que me faz ficar à espera do longa-duração: “Flower of Sex”; e “Phase Zero”, terceiro disco do norte-americano Morgan Delt, que se “transferiu” para a “Sub Pop” e que avançou já com este “I Don’t Wanna See What’s Happening Outside”.
Palco
Para quem não tem Primavera por estes dias, então hoje (quinta-feira) é passar pel’ O Meu Mercedes é Maior Que o Teu, na Ribeira do Porto, para assistir (23h00) a um concerto de Ghosts of Port Royal.
Sexta-feira (21h45), no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, Isabel Ventura dá voz a alguns clássicos, com base nos seus dois discos: “Encontro em Dois Momentos” e “To Jazz”.
Sábado, em Lisboa, no Duetos da Sé (17h) e no Titanic Sur Mer (23h), o legado de Django Reinhardt, que o guitarrista e investigador Nuno Marinho faz questão de nos mostrar em "Djangology - The Manouche Sessions". Um pouco de gypsy jazz, acompanhado pelo suíço Vincent Millioud (violino) e o britânico Ray Bartlett (guitarra).
Pista
Sexta, no Griffon’s (Porto), o Manuel Santos dispara uma série interessante para nostálgicos e gente de ouvidos “vintage”.
Na mesma noite, mas em Lisboa, os músicos Miguel Nicolau (Memória de Peixe), Francisco Ferreira (Capitão Fausto) e Quim Albergaria (PAUS) misturam temas no Sabotage, sob o lema “Fucking Haus Tile”, que é coisa que promete.
No sábado, no Incognito (Lisboa), a mesa está sob o comando de Mr Mitsuhirato, senhor de uma bela selecção eletrónica e indie-dance.