A estreia em disco dos leirienses Twin Transistors, o regresso electrónico dos Metronomy, sonoridades da Índia com folk britânica e os portuenses Malcontent num tributo aos Galaxy 500.
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Uma linha recta entre Fátima e Leiria não ultrapassa os 20 quilómetros. Eis-nos, portanto, numa geografia passível de aceitar como milagre a multiplicação, pela qualidade, de projectos independentes de música portuguesa, a que não é alheio o bom “pastoreio” da Omichord Records, já com um fabuloso “rebanho” de músicos e bandas, entre as quais destaco hoje os Twin Transistors, que vagueavam por aí desde 2009 e que agora juntaram, em disco, nove temas brutalmente viciantes.
Psicadelismos, valentes “rifalhadas” e faixas com tempo de sobra e nada comprimidas para estarem ali pelos três minutos que o “mainstream” recomenda são ingredientes “qb” para uma audição atenta de “Sun of Wolves”, de que são bons exemplos “All In” e “Stell”.
Entre as novidades da semana está o quinto álbum dos ingleses Metronomy, que se vai chamar “Summer 08”, com saída marcada para inícios de Junho, e do qual já se pode ouvir “Old Skool”.
O mesmo se pode dizer de “Twist Through The Fire”, segundo disco dos também ingleses Lola Colt, a editar no mês seguinte, que abre com “Gold”.
Com honras de estreia, dos que navegam por latitudes várias quanto a influências musicais, chamo a atenção para o trio Yorkston/Thorne/Khan, que debutam com “Everything Sacred”. Num registo mais feérico, transversal à folk anglófona, jazz de fusão e world, o sarangi de Suhail Yusuf Khan (mas que belos “cenários” de cordas), a guitarra e voz do escocês James Yorkston e o contrabaixo de Jon Thorne podem ser apreciados neste “Song for Thurza”.
Por fim, nota para o tributo digital aos Galaxie 500, em que entram os portugueses Malcontent, que recriam “Blue Thunder”, faixa que dá nome ao álbum com produção a cargo do blogue brasileiro “The Blog That Celebrates Itself”, uma das referências de divulgação da música independente e alternativa.
Palco
Esta quinta-feira, a noite é de passagem obrigatória no Sabotage (Lisboa) para apreciar os italianos Soviet Soviet, que andam a passear “Nice”, o seu mais recente longa-duração.
Na noite de sábado (14 de Maio), os Glockenwise (Barcelos) passam pelo Café au Lait, no Porto, para apresentarem o seu mais recente “Heat”, enquanto os CRU actuam nos Maus Hábitos, na mesma cidade, momento de uma digressão que antecede o lançamento do seu primeiro “longa duração”, com previsão de lançamento para Setembro, sendo que este “Tens Mesmo de Querer” é seu cartão-de-visita.
Também da “tugalândia”, mas com palco em Leiria, no Beat Club, o projecto Balla, de Armando Teixeira, apresenta o sexto trabalho, de sua graça “Arqueologia”, que leva de avanço o single “Contra a Parede”.
Pista
Se a ideia é manear as ancas com pop-rock, sexta é noite para isso no Era Uma Vez em Paris (Porto) e fazê-lo ao som da dupla “O Puto e Pico”. Com a mesma intenção, mas com o “chip” de memória mais afinado, há “90’s Not Dead” no Batô, em Leça da Palmeira, Matosinhos.
Na mesma noite, no Praça Caffèe, em Leiria, há uma “Warm-up Party” do festival “MONITOR - Minimal Wave & Post-Punk International Rendez-Vous”, que passará pela cidade a 28 de Maio. Também na sexta, mas em Lisboa, no Lux Frágil, actua o DJ alemão Dixon, uma das principais referências do house europeu.