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Bruno e Marta: os caloiros ganham bolsas na Universidade Nova

A Universidade Nova de Lisboa entregou 34 bolsas de mérito. Bruno Ferreira e Marta Nobre foram dois dos estudantes premiados com um valor igual ao montante da propina

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Foram 34 as bolsas de mérito que a Universidade Nova de Lisboa entregou aos alunos que mais se destacaram no primeiro ano das Licenciaturas e Mestrados Integrados no ano lectivo de 2014-2015. Estas bolsas, denominadas Caloiros da Nova, e cujo valor é igual ao montante da propina, têm um objectivo claro: estimular e permear a excelência dos alunos nas mais diversas áreas de estudo.

Bruno Ferreira e Marta Nobre foram dois deles. O primeiro tem 21 anos e frequenta a Licenciatura em Engenharia Electrotécnica, cuja média, no ano em que ganhou a bolsa, era de 18,3 valores. “A bolsa nunca foi um objectivo. O meu objectivo é ter boas notas. O premio monetário também foi bom, claro. Usei-o para comprar um computador — que o meu já estava velhinho —, uns livros e financiar uns projectos que tenho fora da faculdade, mas que estão relacionados com o curso”, diz Bruno Ferreira ao P3. Actualmente, o jovem encontra-se no último ano da licenciatura, mas ainda tem pela frente dois anos de mestrado integrado.

Sobre o futuro, o mesmo afirma que pretende trabalhar na área da electrotecnia quando acabar a sua formação. A parte eléctrica e a robótica são as que mais lhe interessam. “Depois de ganhar alguma experiência, claro, gostava de conseguir ter uma empresa própria", confessa. E acrescenta: "Queria que fosse em Portugal, mas não tenho qualquer problema em ir para fora”. Bruno não manifesta qualquer preocupação quanto ao seu futuro profissional, porque a taxa de empregabilidade na sua área é bastante alta.

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Bruno Ferreira

Já Marta, do alto dos seus 20 anos, está a licenciar-se no curso de Ciência Política e Relações Internacionais. Ganhou a bolsa quando frequentava o 2.º ano de licenciatura, cuja média de entrada rondava os 17,7 valores. “Considero-me uma pessoa dedicada. Não tinha nenhum objectivo específico a atingir, a não ser dar o meu melhor na tarefa que desempenhava na altura; a de estudante. Assim, ganhar a bolsa não se constituiu de todo uma meta, até porque esse ano (2014-2015) foi o ano pioneiro da iniciativa. A Universidade Nova apanhou os primeiros "melhores" caloiros de surpresa”, observa a estudante. Marta investiu o dinheiro da bolsa no melhoramento do seu nível de inglês. “Uma vez que o curso não possui uma oferta formativa nesse campo, decidi apostar naquele que, na altura, considerava o meu ponto fraco”, revela. 

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Marta Nobre

Essencialmente, a principal lacuna que Marta encontra no modelo educacional português prende-se com a falta de ligação entre o estudante e a realidade profissional. “Falta a modernização do sistema de ensino: não a nível da modernização tecnológica, mas sim na associação do estudante à realidade social que o rodeia. Os alunos deviam ter a oportunidade de poder ver na prática aquilo que aprendem nas salas de aulas. Não só para diminuir o crescente nível de desinteresse demonstrado por eles relativamente ao ensino, mas também para tornar o ensino menos "pesado" e maciço”.

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