"Batman vs. Superman" estreou-se há poucos dias e está na moda. Como aficcionado e coleccionador de BD, decidi fazer um guia destas personagens para pessoas normais. Sim, porque para totós não faria sentido: nós, totós, sabemos tudo o que é preciso sobre o tema.
O Batman é um vigilante que se veste de morcego e é o alter-ego do milionário Bruce Wayne. A dupla personalidade está patente em tudo. Bruce Wayne tem muitos carros, todos eles com pinta. Como o James Bond. O Batman é um gajo que usa roupa justa e tem um carro azeiteiro. Como o Cristiano Ronaldo.
O milionário que combate o crime não tem nenhum super-poder. Mas tem dinheiro para comprar tecnologia que compensa esta falta de habilidades especiais. Com dinheiro, Bruce Wayne consegue tudo o que quer. Por outras palavras, se não fosse um super-herói, safar-se-ia bem como empresário da construção civil em Portugal.
A vida sentimental de Bruce Wayne é turbulenta: está sempre com uma miúda gira diferente. Se tivesse Facebook, o seu estado de relação seria "É complicado".
Bruce Wayne tem, como maior aliado, o seu mordomo, Alfred, que é um velhinho que lhe tenta transmitir algum juízo, mas sem sucesso. É como se fosse um tio, um avô, ou um tio-avô chato, sempre a chatear, sem a vantagem de dar uma mesada.
Até porque Wayne é patrão dele. Logo, paga a mesada. O traço mais normal da vida do Batman é o seu maior rival ser o Joker, um palhaço.
Todos nós já tivemos problemas causados pelas atitudes de um palhaço. Como combate o crime durante a noite, Bruce Wayne não bebe álcool, quando tem uma festa. É o amigo perfeito para sair connosco: não se perde tempo a decidir quem leva o carro.
O Super-Homem é quase todo-poderoso. Quase, porque há um minério, a kryptonite, oriundo do seu planeta, Krypton, que lhe retira todo o poder. A kryptonite está para o Super-Homem como o herpes labial para uma miúda gira. O Super-Homem tem muito poder, mas disfarça-se de Clark Kent, um gajo muito totó que faz de conta que não é nada com ele. Faz-se de morto. O Super-Homem é o Cavaco Silva dos super-heróis.
A única diferença entre o Super-Homem e Clark Kent são os óculos. E ninguém nota que um e outro são a mesma pessoa. Apenas com uns óculos de diferença. Não é assim tão improvável. Nenhuma mulher repararia nas semelhanças entre o Super-Homem e Clark Kent, porque nenhuma mulher repararia no Clark Kent, que é um totó desajeitado, com óculos. Nenhum homem repararia em nada, porque quando uma mulher vai ao cabeleireiro e nos pergunta se notamos alguma diferença, nós raramente acertamos.
A história do Super-Homem tem um lado assustador e um lado que dá esperança. Assusta porque ele é um super-herói que enfrenta vilões poderosos, mas a namorada dele, a teimosa Lois Lane, põe-no sempre a piar fininho. Dá esperança porque o seu maior rival é Lex Luthor, um careca sem super-poderes. Eu, como careca sem super-poderes, gosto da ideia.
Pelo meio, há a Mulher-Maravilha, uma mulher atraente com tendência a usar pouca roupa. Uma namorada de sonho, certo? Errado. Ela tem muita força e parte facilmente para a violência. Imaginem o que seria o namorado dela cumprimentar uma ex-namorada e ela perguntar quem era aquela galdéria; uma miúda gira colocar um "Like" numa foto dele; ele esquecer-se do aniversário dela. Não queria estar no lugar dele.
Preferia namorar com a Catwoman. Mesmo correndo o risco de passar a vida todo arranhado. Mas como corto o pouco cabelo que me resta com lâmina de barbear, teria sempre desculpa.