CGTP: somos um milhão de precários e estamos a aumentar

Central sindical apela à participação de "todos os jovens trabalhadores" na manifestação nacional da juventude, organizada pela Interjovem no dia 31 de Março

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A CGTP está cada vez mais empenhada em incluir os trabalhadores mais jovens nas suas acções de contestação e a luta contra a precariedade entre as suas principais preocupações. Deste modo, a central sindical apela à participação de "todos os jovens trabalhadores" na manifestação nacional da juventude, organizada pela Interjovem no dia 31 de Março, em Lisboa, num protesto contra a precariedade laboral. Sob o lema "Basta! Não a um futuro de Precariedade! Exigimos Estabilidade!", a CGTP espera que os jovens trabalhadores se juntem à manifestação que vai começar no Largo do Camões e que se vai dirigir à Assembleia da República, em Lisboa.

Em comunicado, a CGTP afirma que a precariedade no trabalho "continua a atingir proporções alarmantes" e adianta que, segundo dados do Fundo de Compensação do Trabalho, desde Outubro de 2013 até agora, "mais de 80% do emprego criado foi precário", sendo que, em 2015, "um quinto desses contratos teve uma duração igual ou inferior a dois meses".

Além disso, e em média, os salários pagos a estes trabalhadores em Janeiro "situaram-se nos 545 euros líquidos, um valor 30% a 40% mais baixo do que o auferido pelos trabalhadores com vínculo efectivo", refere a central sindical, acrescentando que, "ainda que os mais afectados sejam os que têm menores qualificações, os baixos salários atingem já muitos outros com qualificações elevadas, o que leva também à desvalorização das profissões e carreiras profissionais".

A CGTP estima que existam mais de um milhão de trabalhadores com vínculos precários em Portugal e alerta que se trata de um "número que está a aumentar, atingindo percentagens escandalosas entre os jovens (67,5% entre os menores de 25 anos e 33% no grupo dos 25 aos 34 anos)".

Para a CGTP, "a precariedade associada ao modelo de baixos salários implica uma resposta urgente e determinada dos trabalhadores, das famílias e da sociedade" e, por isso, defende-se que o país precisa de "um modelo de desenvolvimento de valor acrescentado que aposte na estabilidade e segurança no emprego, numa justa retribuição, na valorização das profissões, das competências, das experiências e qualificações". A central sindical reitera que "este é o tempo de virar a página da política que acentuou as desigualdades e o empobrecimento" e de "lutar pela valorização do trabalho e dos trabalhadores".