A Academia do Porto decidiu suspender a garraiada que ocorria na Queima das Fitas da cidade desde 1948. A decisão tem efeito já no evento deste ano, que se realiza entre 1 e 8 de Maio, e surge no seguimento de uma petição que juntou mais de 5500 assinaturas.
"A fraca adesão dos estudantes nesta actividade nos últimos anos e a queda da tradição tauromáquica, que remota ao século XVII, entre os jovens portugueses são alguns dos motivos que sustentam a decisão da Academia do Porto”, justifica num comunicado o representante do Conselho de Veteranos da Academia do Porto, Tomé Duarte.
Ao PÚBLICO, o presidente da presidente da Federação Académica do Porto, Daniel Freitas, disse que o facto de o Conselho de veteranos retirar o apoio à garraiada não significa que ela não ocorra. O dirigente apontou uma decisão final para Março, altura que todas as associações de estudantes vão reunir-se num assembleia geral, mas adiantou que a opinião das associações é "tendencialmente negativa".
A petição, que ocorreu neste ano pela segunda vez, tinha como objectivo terminar com aquilo que consideram ser "um acto extremamente violento e humilhante para o bezerro" e foi criada por Joana Rocha e Sónia Marques, alunas de Bioengenharia da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
No últimos vinte anos, a garraiada acontecia na Praça de Touros da Póvoa de Varzim, mas originalmente acontecia na Praça de Touros de Guimarães.