Dinheiro até à Lua
Jeff Bezos é a pessoa mais rica do mundo. E diz que a melhor forma de gastar a fortuna é investir na exploração espacial.
Jeff Bezos tinha um emprego bem pago em Wall Street, que deixou aos 34 anos para fundar a Amazon e garantir que não se arrependeria mais tarde de não ter pelo menos tentado fazer fortuna na Internet. Hoje, é o homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada pela agência financeira Bloomberg em 131 mil milhões de dólares (Gates, em segundo lugar, fica-se pelos 90,5 mil milhões). Com muito dinheiro, surge uma questão: como o gastar? Gates tem estado na linha da frente a aplicar milhões em acções de filantropia (e a convencer outros multimilionários a fazerem o mesmo). Já Bezos causou recentemente alguma indignação nas redes sociais quando abordou o assunto.
No final do mês passado, o executivo subiu a um palco para uma espécie de entrevista com o presidente do grupo de media alemão Axel Springer. Mathias Döpfner perguntou ao fundador da Amazon que significado tinha para ele o dinheiro. “A única forma que vejo de aplicar tantos recursos financeiros é converter os meus ganhos da Amazon em exploração espacial”, respondeu Bezos, que cresceu na era dourada da corrida ao espaço e que fundou há anos a Blue Origin, com a qual espera massificar as viagens especiais. “É basicamente isso. A Blue Origin é dispendiosa o suficiente para poder usar essa fortuna.”
As críticas não tardaram. No Twitter, vários utilizadores sugeriram que Bezos investisse na busca de curas para doenças como o cancro e que fizesse doações para bibliotecas. Inevitavelmente, não faltou quem apontasse que os funcionários nos armazéns da empresa têm empregos extenuantes e mal pagos, algo que já foi retratado em mais do que uma investigação jornalística nos últimos anos. Por outro lado, a exploração espacial implica pagar salários e traz o desenvolvimento de novas tecnologias. Em qualquer dos casos, Bezos garantiu naquela entrevista que a Blue Origin é uma aposta de longo prazo: “Estou a liquidar mil milhões de dólares por ano de acções da Amazon para financiar a Blue Origin. E planeio continuar a fazer isso durante muito tempo.”