Refood já deu 780 refeições em Leiria em mês e meio
Projecto arrancou com "duas ou três famílias" e neste momento apoia 11 agregados familiares de segunda a sexta-feira
O núcleo de Leiria do projecto Refood já distribuiu 780 refeições a 11 famílias carenciadas desde Outubro, anunciou um dos coordenadores, revelando que o centro de operações será inaugurado no domingo. O projecto arrancou na cidade de Leiria há cerca de mês e meio, depois de quase sete meses para organizar toda a logística e angariar voluntários.
Um dos coordenadores do Refood em Leiria, César Lopes, explicou que a paróquia de Marrazes, freguesia no concelho de Leiria, disponibilizou o salão da igreja da Quinta da Matinha para ser usado como centro de operações. É neste espaço, que será formalmente inaugurado no domingo pelo mentor do projecto, Henter Halder, que os voluntários armazenam a comida e a distribuem pelas famílias carenciadas.
"A recepção da cidade foi muito boa. Até me surpreendeu a forma como as pessoas aderiram ao projecto", revela César Lopes, salientando que as remodelações necessárias no centro de operações "foram feitas graças às ofertas de empresas e de particulares, incluindo a mão-de-obra".
O projecto arrancou com "duas ou três famílias", adiantou César Lopes, informando que, neste momento, são 11 os agregados familiares que recebem refeições de segunda a sexta-feira. "Contamos com 180 voluntários, distribuídos por várias equipas. Quando há refeições a mais são entregues a instituições de caridade, também elas necessitadas de ajuda". César Lopes acredita que irá distribuir cerca de "oito a nove mil refeições por ano".
De segunda a sexta-feira, os grupos de voluntários passam nos nove restaurantes, pastelarias e padarias que aderiram ao projecto e recolhem os excedentes de comida. A partir das 19 horas, as famílias dirigem-se ao centro de operações, onde lhes são entregues as refeições, previamente seleccionadas e divididas. "Cada saco está identificado com uma referência. Não há identificação dos beneficiários. No entanto, temos o cuidado de saber se aquela família tem crianças ou se há alguém diabético, por exemplo, que necessite de uma dieta especial", garantiu César Lopes.
As famílias que tenham condições e "mostrem disponibilidade" para cozinhar em casa poderão também levar produtos para confecção. O coordenador afirmou que não existem mais estabelecimentos a fornecer comida, porque, "para já, os que existem são suficientes". Mas "há mais de 20 dispostos a colaborar", acrescentou. "Este é um projecto dois em um: evitamos que vá comida para o lixo, ao mesmo tempo que estamos a alimentar pessoas", realçou o voluntário, confessando que gostaria de ter como parceiro a empresa Suma - Serviços Urbanos e Meio Ambiente. "Estamos a contribuir para evitar o aumento da lixeira", constatou.