Cerca de 1100 pessoas já apadrinharam burros mirandeses

Cidadãos e instituições têm financiado acções para manter esta raça, que ainda está em risco de extinção

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AEPGA

O apadrinhamento de burros de raça mirandesa tem vindo a aumentar, atingindo cerca de 1.100 participações numa década, informou esta quinta-feira a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), entidade promotora da iniciativa. "Tem havido uma maior receptividade por parte das pessoas interessadas em apadrinhar os animais do que propriamente em inscreverem-se como sócios da AEPGA", disse à Lusa o secretário técnico da associação de protecção animal, Miguel Nóvoa.

A campanha de apadrinhamento do "Burro Mirandês" foi lançada em 2005 e tem vindo a crescer. "A iniciativa de começou com o propósito de angariar fundos que permitam continuar a desenvolver o trabalho da associação, em todas as suas vertentes, contribuindo para a valorização do Burro de Miranda", sublinhou a fonte.

São os particulares quem mais adere a esta forma de apoio e os "dóceis" burros de raça mirandesa já se encontram espalhados um pouco por todo o país, tanto em quintas pedagógicas como propriedades ligadas ao turismo rural. Cada padrinho ou madrinha está a ajudar a disponibilizar serviços veterinários e logísticos, bem como a contribuir para a dinamização de atividades de sensibilização, promoção e investigação da raça que "está ameaçada de extinção".

O Solar da Raça do Burro de Miranda está confinado aos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso e Bragança, sendo que há exemplares destes animais espalhados um pouco por todo o país.

Segundo a informação disponibilizada pela AEPGA, por um valor mínimo de 30 euros por ano, cada um dos interessados no apadrinhamento do um burro mirandês receberá toda a informação sobre o seu novo "afilhado", juntamente com uma fotografia e um certificado de apadrinhamento. Ao mesmo tempo, os padrinhos ou madrinhas de cada burro poderão visitar o animal apadrinhado "de forma gratuita" sempre que pretenderem, mas mediante marcação, no Centro de Valorização do Burro de Miranda, em Atenor, Miranda do Douro.

No caso de apadrinhamentos institucionais, podem fazer-se por um montante mínimo de 250 euros por ano, que pode ser deduzido no IRS ao abrigo da lei do mecenato ambiental. Para esta campanha de apadrinhamentos a AEPGA tem ao dispor dos interessados 14 animais que poderão vistos no Centro de Burro de Miranda, que são acompanhados de "um conjunto de sugestões de apadrinhamento".

Artigo actualizado às 17h18 de 12 Dezembro 2017