Neopop: da pista de dança para a mesa

Entre 12 e 15 de Agosto, o Neopop está de regresso a Viana do Castelo para a 10.ª edição daquele que é o mais relevante festival de música electrónica que acontece em Portugal. A comemoração faz-se com mais de 50 artistas, embora a cidade não se esgote no forte Santiago da Barra

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Renato Cruz Santos

Quando se pensa no Minho, pensa-se quase automaticamente em comer bem. E quem conhece o Neopop, que em 2015 celebra a primeira década de existência, pensa também em dançar muito. De 12 a 15 de Agosto, as duas coisas são compatíveis em Viana do Castelo. O P3 sugere-te um pequeno guia para comer e beber ó-tirim-tim-tim e dançar na rua.

1. Manuel Natário

É a referência incontornável da cidade, por isso mais vale começar pelas mais famosas bolas de Berlim do Minho (do país?). A casa, que leva o nome do fundador, Manuel Natário, abriu há cerca de 70 anos e quem lá vai hoje em dia pode constatar que pouco mudou desde a inauguração. As fornadas de bolas cobertas de açúcar e canela — uma de manhã e outra a meio da tarde — têm sempre uma fila de gulosos, sejam eles clientes habituais ou neófitos dispostos a serem evangelizados. A má notícia é que a Natário encerra às terças; a boa é que podemos sempre ir à Brasileira, a primeira confeitaria de Viana, provar os sidónios.

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A bola de Berlim do Manuel Natário Ângela Antunes/Flickr

2. Dolce Vianna

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Fábrica do Chocolate DR

Massa, queijo e molho de tomate. A base é quase sempre assim, mas as possibilidades para fazer uma boa piza são infindáveis. As de Paulino Queirós, por exemplo, são das melhores do país. Para prová-lo, ao "pizzaiolo" do Dolce Vianna (antes Dolce Vita) basta mostrar o prémio “melhor paladar” conquistado no II Campeonato Português de Piza, realizado no Porto já em 2015, graças a uma combinação de bacalhau e cebola roxa. Em Viana, poucos sítios serão mais consensuais para juntar um grupo de amigos para jantar antes de um bom DJ set.

3. À Moda Antiga

Joana e Filipe Maia, ambos engenheiros civis, andaram por Angola e Austrália antes de, em 2010, regressarem a Portugal para, três anos depois, abrirem o bistro e "retro market" À Moda Antiga onde antes (desde 1920) estava uma loja de ferragens. Entrar no número 63 do Largo João Tomás da Costa é viajar pelo país: chocolates de Viana, sabonetes de Braga, compotas de Santo Tirso, louças das Caldas, mantas da Serra da Estrela ou chá dos Açores. A loja do casal é muito provavelmente um dos melhores sítios de Viana para comprar uma lembrança ou petiscar sem pressa.

4. Fábrica Chocolate

As noites do Neopop, já se sabe, não têm hora para terminar. Mas quando acabam, convém repor energias. E no capítulo de lençóis lavados, dormir no quarto Willy Wonka ou na suite Hansel & Gretel só pode estar no topo de preferências de quem aprecia música electrónica e cacau. O Fábrica do Chocolate — hotel, restaurante e museu — abriu em 2014 precisamente no edifício em que antes funcionou a mais antiga fábrica de chocolate do país (“A Vianense”, fundada em 1914). À disposição de hóspedes, mas não só, há ainda eventos temáticos, como workshops e provas de chocolate.

5. Tasquinha da Linda

Mesmo junto à doca de Viana, e não muito longe do recinto do Neopop, o Tasquinha da Linda é já um cartão postal da cidade e um clássico da arte de receber à minhota. A casa que antes servia de armazém de pescadores, é agora um restaurante especializado em peixe fresco e marisco vivo. Para adeptos de ambientes rústicos e comida tão simples quanto saborosa. Não é que o espaço precise do name-dropping, mas: Richie Hawtin, o veterano DJ que passou pelo festival em 2014, é fã assumido da cozinha, da mão e dos mimos da dona Deolinda — a vista também não é nada de se deitar fora.

Entre o house e o techno, o cartaz do Neopop 2015 traz à foz do Rio Lima produtores e DJs como Sven Väth, Robert Hood, Chris Liebing, Dixon ou Martinez Brothers. Os bilhetes variam entre os 30 (bilhete diário, primeiro dia) e os 150 euros (pacote especial do passe geral).

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