SCA: Ser mulher não é nada mais do que isso

Neste barco, 11 mulheres notáveis colocam a bordo valores como a sustentabilidade, a responsabilidade, a inclusão e o "empowerment" do sexo feminino

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Vamos esclarecer desde o princípio: ser mulher não é nada mais do que isso: ser de um dos sexos, o feminino.

Muito se tem falado sobre igualdade de géneros, mas certo é que o facto de começar a existir uma maior igualdade no trabalho não quer dizer que as mulheres se sintam, já, verdadeiramente incluídas. No campo do desporto, a desigualdade nas oportunidades ainda se joga em campo e, na realidade, as atletas nem sempre conseguem ver-se reconhecidas pelo seu desempenho, sendo a exibição dos seus corpos ou as indagações acerca das suas vidas pessoais que ganham lugar no pódio.

Fomentar a inclusão nestas questões é onde as empresas podem e detêm um enorme poder de ação e é aqui que atribuo a medalha de ouro à SCA, empresa global de produtos de higiene e florestais que apadrinha a única equipa de vela 100% feminina a competir na Volvo Ocean Race. Para a SCA, esta competição é muito mais do que uma prova de vela. É um barco onde, através de 11 mulheres notáveis, se colocam a bordo valores como a sustentabilidade, a responsabilidade, a inclusão e o "empowerment" das mulheres.

Isto porque, regressando ao ponto inicial, esta equipa feminina vem provar que ser mulher não é mesmo mais do que isso: sê-lo. Ser mulher representa ser mãe, significa família e acolhe a palavra lar, mas significa também a coragem, a força e a bravura necessárias para se embarcar a bordo de um barco que, apesar de se vestir com os tons rosa da marca, é tudo menos confortável.

Durante 11 meses interrompem-se as rotinas femininas e todos os momentos passam a estar ao sabor dos caprichos do mar, da necessidade em fazer uma manobra ou mudar rapidamente a vela. O descanso de beleza não tem direito a mais do que 4h por dia que têm de servir para fazer a higiene diária, comer, trocar de roupa e… tentar efetivamente descansar. Já sobre esses breves instantes de sono, estes são partilhadas num espaço milimetricamente arrumado com seis camas de cada lado e uma espécie de casa de banho que serve para muita coisa, mas não serve para tomar banho.

A família e os filhos, esses, vivem 11 meses de porto em porto, e consigo apostar que sempre que cada uma destas mulheres pensa no calor do abraço do filho que a espera na próxima chegada, até ao vento consegue trocar a rota.

Pode não haver muitas definições convincentes de humanidade. Mas, se me permitem, elas são uma delas. E talvez sejam também a prova de que ser mulher é, afinal, muito mais do que isso. Ora vejam lá.

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