Évora (também) quer proibir circos com animais

Segundo Juana Manrique, "a legislação não está a ser cumprida", porque "o bem-estar animal, a segurança e a saúde pública estão continuamente a ser violados"

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Gleb Garanich/Reuters

Uma petição pelo fim dos circos com animais no concelho de Évora foi entregue por um grupo de cidadãos na Assembleia Municipal, tendo o órgão autárquico decidido promover uma audição pública antes da votação.

Juana Manrique, uma das promotoras da petição, disse à agência Lusa que a iniciativa visa pedir à Câmara de Évora (CDU) para que deixe de licenciar os circos com animais e, assim, "acabar com os animais no circo no concelho". "Não estamos contra os circos, estamos contra os circos com animais", realçou, justificando que os animais dos circos "sofrem maus-tratos desde que são arrancados das progenitoras e vivem enjaulados até ao fim das suas vidas". Por outro lado, frisou que "os treinos são muito violentos" e os animais "são espancados e torturados desde a infância", porque "não há a possibilidade de serem treinados com métodos positivos".

Segundo Juana Manrique, "a legislação não está a ser cumprida", porque "o bem-estar animal, a segurança e a saúde pública estão continuamente a ser violados". Com o título "Fim dos circos com animais em Évora", a petição conta, indicou a promotora, com mais de 250 assinaturas de pessoas que vivem no concelho de Évora e em outras zonas do país.

Juana Manrique assinalou que "vários países, como a Bélgica, Dinamarca e a Grécia, já baniram os animais dos circos" e que em Portugal "já existem cidades, como o Funchal, contra os circos com animais", considerando que "Évora não pode ficar para trás".

Contactado pela Lusa, o presidente da Assembleia Municipal de Évora, António Jara (CDU), disse que na mais recente reunião do órgão "não houve condições" para votar a petição, porque alguns deputados "não estavam preparados". "A assembleia foi unânime em considerar que seria uma decisão a tomar numa assembleia depois de ponderada a situação e ouvidas as diversas partes envolvidas", referiu o autarca. Nesse sentido, adiantou, a assembleia municipal vai agendar, para meados de junho, uma audição pública, voltando o assunto à reunião prevista para final do próximo mês.