Universidade de Aveiro cria drone para avaliar saúde das florestas
Aparelho consegue monitorizar 50 mil metros quadrados de floresta a cada 10 minutos. Produtores florestais são o público-alvo desta tecnologia portuguesa
Um drone desenvolvido na Universidade de Aveiro (UA) tem capacidade para monitorizar efeitos como a seca, doenças e fungos nas árvores, cobrindo até 50 mil metros quadrados de floresta, em apenas 10 minutos. O equipamento é resultado de um projecto de investigação dos departamentos de Ordenamento e Ambiente, Química, Biologia e da Escola Superior de Tecnologia de Águeda da UA, com o objectivo de monitorizar o estado da saúde das áreas florestais.
A tecnologia acoplada ao veículo aéreo não tripulado (VANT) permite avaliar o grau de impacto de vários factores de "stress" numa área florestal, seja aqueles causados pela falta de água ou de nutrientes, seja os provocados por doenças ou ataques de insectos e fungos. "Nesta primeira fase, desenvolvemos um sistema para a monitorização de plantações de eucalipto, tendo em conta a relevância económica destas plantações", revela Jan Jacob Keizer, investigador e coordenador do projecto na UA.
O eucalipto é a espécie florestal dominante em Portugal, representando mais de 6% do total da superfície florestal, perfazendo 812 mil hectares. No Brasil, em 2012, a área ocupada por florestas plantadas de eucalipto totalizava mais de cinco milhões de hectares, o que representa 70,8 por cento do total de florestas brasileiras plantadas.
O drone da Universidade de Aveiro consegue rapidamente perscrutar áreas florestais de grandes dimensões, podendo monitorizar 50 mil metros quadrados a cada 10 minutos. A tecnologia desenvolvida pela equipa de investigadores baseia-se num sistema de monitorização em que imagens multi-espectrais [imagens adquiridas em diferentes comprimentos de onda que resultam na captura separada de cores] são adquiridas, através do veículo aéreo de asa rotativa com propulsão eléctrica, com um sensor multi-espectral".
Os drones da UA podem ser enviados em missão sob solicitação dos produtores florestais, "podendo monitorizar, de forma expedita", alterações no coberto florestal. "Num voo pode-se avaliar a eficácia de um tratamento contra uma praga ou determinar a mortalidade de plantas recentemente plantadas após dias de geada ou de seca", exemplifica o coordenador.