Crowdfunding: laboratório de Coimbra pede 2000 euros

Laboratório da Universidade de Coimbra obrigado a recolha de fundos para compra de equipamentos. Campanha de crowdfunding até 15 de Janeiro

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Jorge Dan Lopez/Reuters

O Laboratório de Bioquímica Genética (LBG) da Universidade de Coimbra (UC) teve de recorrer a uma plataforma digital de recolha de fundos ("crowdfunding") para tentar comprar equipamento de investigação, disse esta quinta-feira, 8 de Janeiro, fonte da organização.

Face às reduções "drásticas" de financiamento do laboratório que está associado ao Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNBC) da UC, o LBG ficou sem "possibilidade de financiamento para adquirir equipamentos de investigação", explicou à agência Lusa a directora do LBG, Manuela Grazina.

A também fundadora do laboratório, que funciona desde 1995, decidiu então lançar uma campanha para comprar o aparelho Qubit 2.0, procurando dois mil euros de financiamento através de "crowdfunding", até 15 de Janeiro. O aparelho permite avaliar "a qualidade e integridade do material genético", para depois poder usar "novas tecnologias que permitem analisar os genomas de forma mais abrangente e aprofundada", ajudando na "procura da causa de doenças", disse à Lusa Manuela Grazina. Com este aparelho, o LBG, que está especializado na investigação da causa e cura de doenças raras, poderia utilizar a técnica "em qualquer doença", garantindo "mais receita própria", salientou. Até ao momento, o laboratório já angariou mais de 900 euros de cerca de 40 apoiantes, através da campanha na plataforma PPL.

Manuela Grazina optou por começar com este aparelho por lhe estarem associados "custos menos onerosos", do que outros que o laboratório necessita, mas que custam cerca de 50 mil euros. "Como isto [o 'crowdfunding'] não é prática habitual em Portugal em pedidos para ciência e diagnóstico, optámos por começar com algo menos ambicioso, para perceber se podemos recorrer a esta via para angariar fundos para garantir o serviço que prestamos aos hospitais", frisou.

A directora do serviço, que assume a função "a custo zero", alertou ainda que a própria continuidade do LBG "está em risco". Todavia, Manuela Grazina garantiu que "não vai baixar os braços", para que as pessoas "com doenças raras possam ter a possibilidade de conhecer a causa das suas doenças, porque se não se encontrar a causa não se poderá encontrar o tratamento". Uma das possibilidades poderá ser a procura de apoios de empresas ou da inclusão de um mecenas no LBG, avançou.

O presidente do CNBC, João Ramalho Santos, afirmou que a redução do financiamento se deve "sobretudo à falta de certo tipo de pedidos de análise por parte dos hospitais", levando a que os serviços prestados pelo laboratório não cobrem os seus custos de funcionamento.

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