Traquejo do Benfica fez a diferença no derby

RC Lousã fechou a 1.ª volta só com vitórias, triunfos do V. Setúbal e RC Loulé lançam a confusão no fundo da tabela

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Filipe Monte

A primeira parte foi do Benfica, a segunda do Sporting, mas no final a maior experiência dos “encarnados” fez a diferença no derby lisboeta: Em Mafra, as “águias” confirmaram o favoritismo e venceram os “leões” que, com justiça, conquistaram o ponto de bónus defensivo. Na última jornada da 1.ª volta da I Divisão, destaque ainda para o RC Lousã, que manteve o registo 100% vitorioso, e para o V. Setúbal que conseguiu um importantíssimo triunfo nas Caldas da Rainha.

Apenas um dia depois de se completarem 88 anos que uma equipa do Sporting vestiu pela primeira vez as emblemáticas camisola listadas verdes e brancas, precisamente num duelo entre “leões” e “águias” em râguebi, o derby lisboeta voltou a fazer história.

Para além de ter proporcionado que o Parque Desportivo Municipal Eng.º Ministro dos Santos, em Mafra, se estreasse como palco de uma partida da modalidade, o duelo entre sportinguistas e benfiquistas ficará nos livros por ter sido o primeiro de um escalão secundário nacional a ser televisionado em directo para todo o país. Mérito da Sporting TV.

Se fora do relvado a partida conseguiu somar muitos pontos a favor para o râguebi português, dentro das quatro linhas o aguardado confronto entre “verdes e brancos” e “encarnados” teve duas partes completamente distintas.

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A favor do vento nos primeiros 40 minutos, o Benfica entrou muito melhor na partida e, perante um rival que pareceu nos primeiros minutos acusar o mediatismo e importância do desafio, os benfiquistas, com mais quilómetros nas pernas em partidas deste nível, rapidamente se colocaram a ganhar por 12 pontos, com ensaios de Tiago Sá e Narciso Monteiro.

Revelando alguma apatia, os “leões” demoraram a reagir e continuaram a ser dominados, mas o Benfica não aproveitou algumas faltas para somar pontos (preferiu procurar o ensaio, mas não esteve bem nos alinhamentos) e com o passar dos minutos o Sporting libertou-se da pressão.

Mesmo contra o vento, nos últimos 10 minutos da primeira parte a equipa de Alvalade conseguiu jogar no meio campo do Benfica, mas em cima do intervalo, quando era o Sporting que parecia estar mais perto de pontuar, um mau passe sportinguista foi bem interceptado por Filipe Grenho que fez um ensaio fácil no meio dos postes.

A qualidade individual e traquejo de alguns benfiquistas revelava-se decisiva e no final dos 40 minutos os “leões” tinha uma enorme montanha para escalar: 0-19.

No segundo tempo, a tendência do jogo mudou a favor do vento. Se o Benfica mandou na primeira parte, nos últimos 40 minutos foi o Sporting que dominou e perto dos 50 minutos, Guilherme Santos fez o primeiro ensaio da formação da casa (7-19).

De volta à discussão do resultado, os “leões” estiveram várias vezes em cima da linha de ensaio do Benfica, mas a boa defesa “encarnada” e alguma falta de paciência “leonina” foram mantendo o resultado inalterado. No entanto, na “bola de jogo”, o Sporting chegaria ao merecido segundo ensaio, após uma excelente finalização de Diogo Stilwell, que ficou o marcador final em 12-19.

Pelo claro domínio na primeira parte, os “encarnados” justificaram o triunfo, mas os “verdes e brancos” mostraram que têm encurtado distância para o rival e mereceram o bónus defensivo.

Nas restantes partidas, o RC Lousã e o CR Évora não facilitaram e como se esperava ultrapassaram sem grandes dificuldades o RC Santarém e o CR São Miguel, respectivamente. Os beirões bateram os “cavaleiros” por 66-11, enquanto os alentejanos derrotaram os “buldogues”, por 40-13. Com estes resultados, as duas formações afastaram-se mais um pouco do Benfica e continuam separadas por apenas três pontos.

No fundo da tabela, os triunfos do V. Setúbal nas Caldas da Rainha e o RC Loulé em casa contra o Rugby Vila da Moita. Setubalenses e louletanos conseguiram bater os rivais pelo mesmo resultado (15-12) e, apesar de continuarem nos dois últimos lugares, há agora quatro curtos pontos a separar o 6.º lugar, que dá direito a disputar o play-off, do 10.º, que ditará a descida à II Divisão.

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