Primeiro foram as “selfies”, depois “relfies”, dronies e agora chegam as “shapies”. Mas o que são as “shapies”? São impressões a três dimensões de pessoas. Como? O processo consiste na “digitalização” do corpo das pessoas. Entras numa cabine semelhante às cabines fotográficas e, em vez de fotografias, recebes uma estátua 3D, que não é mais do que a tua réplica, tanto ao nível da roupa, como da pose.

A Artec, sediada no Luxemburgo, a Twinkind, em Berlim, e a Twindom, na Califórnia, são três empresas que têm apostado na impressão das “shapies” ou “selfies 3D”, como também são chamadas. Uma aposta que tem vindo a ser bem recebida, pelo menos no caso da Artec. A cadeia de supermercados britânica ASDA disponibilizou durante uma semana aos seus clientes uma cabine “Shapify” e já encomendou dez cabines à Artec. Como referiu à Bloomberg o director de desenvolvimento de negócios da Artec, Leonid Volkov, foram digitalizadas durante essa semana cerca de mil pessoas. Cada cabine custa cerca de 180 mil dólares (mais de 144 mil euros) e está equipada com vários “scanners rotativos que podem capturar a imagem em cerca de 12 segundos”.

“Shapies” no Porto

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A Tridaxis é uma empresa dedicada à impressão 3D e, em Fevereiro de 2014, lançou o “Uprinter”, em parceria com o FC Porto. Este projecto consiste na “reprodução de estatuetas humanas em diversos tamanhos e com elevado grau de realidade, incluindo cor e texturas”, como é referido no site. Durante três meses, este serviço esteve disponível no museu do clube, onde as pessoas podiam obter as suas estátuas 3D. Actualmente, os interessados devem dirigir-se à sede da empresa, localizada em Matosinhos.

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No Porto, o P3 encontrou também a “3D Everybody”, que se assume na página de Facebook como “a primeira loja em Portugal dedicada à impressão 3D”. Além de disponibilizar a impressão de objectos a três dimensões, a marca possibilita que as pessoas tenham as suas “shapies” – as suas próprias miniaturas, a cores e disponíveis em vários tamanhos.

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A “3D Everybody” surgiu em Agosto de 2014. Ângelo Vaz é o responsável pelo projecto e explicou ao P3 como funciona o processo da escultura 3D. A pessoa entra para a cabine (semelhante às cabines de fotografia), fica de pé e durante o processo de digitalização não se pode mexer. A digitalização demora “entre 10 e 15 segundos”, garante, e durante este período de tempo são captadas várias fotografias da pessoa. Há um “software” responsável por juntá-las todas e criar a imagem final, que pode de seguida ser visualizada pela pessoa. Se não estiver satisfeita, pode repetir a digitalização. Só depois chega a parte da impressão. “Basicamente a matéria-prima é o pó, são componentes cerâmicos”, que são impressos automaticamente a cores e em camadas, acrescenta.

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A escultura 3D está pronta ao fim de uma semana, porque é necessária “uma pós-produção muito manual e trabalhosa”. “Depois de toda a digitalização e impressão, há um processo manual de tratamento do objecto. Depois de impresso, o objecto ainda sai muito frágil da máquina e precisa de levar os líquidos próprios para endurecer e avivar as cores”, esclarece.

As estátuas podem ser feitas em vários tamanhos, dos 10 aos 35 cm e oscilam entre os 60 e os 495 euros, respectivamente. As “medidas mais encomendadas” são de 10, 15 (75 euros) e 20 cm (90 euros) e a escala utilizada é de 1:10 cm. “Por exemplo, numa família, [constituída pelo] pai, a mãe e o filho, o filho não vai ter a mesma altura do pai. Se tem 1,60 m fica com 16 cm, se tiver 1,20 m fica com 12 cm”, exemplifica.

“Dos oito aos 80”. Ângelo conta que há pessoas de todas as idades a procurar o serviço da escultura 3D e que tem recebido encomendas de famílias (pai, mãe e filhos), mas também de vários desportistas. “99% das pessoas gostam muito do produto. Há neste momento ainda a particularidade dos preços que, mediante a conjuntura em que estamos, são um bocado elevados”, avalia.

Tanto o processo de digitalização, como a impressão das estátuas 3D são realizados na “Sempre Imagem Digital”, situada na zona das Antas.