“Está a ser ainda melhor do que estava à espera”
Pedro Bettencourt realizou no passado fim-de-semana o primeiro jogo a titular pelos Sub-22 do Clermont e revela que a adaptação a França está a superar as suas expectativas
Em Abril deste ano, quando foi confirmada a sua transferência para o todo-poderoso ASM Clermont Auvergne, Pedro Bettencourt confessou que ainda não se tinha "apercebido" do que lhe "estava a acontecer". Seis meses depois, numa altura em que regressou aos relvados após recuperar de uma pubalgia, o Jogador Revelação para a FPR em 2013 revela que a experiência em França está a superar as suas melhores expectativas.
Os planos iniciais apontavam para que começasse a treinar em Julho, mas “uma lesão chata” atrasou o arranque a 100% da experiência de Pedro Bettencourt na elite do râguebi europeu. O ex-jogador do CDUP, que assinou no início desta época um contrato de três anos com o Clermont de Julien Bardy, vestiu pela primeira vez a camisola dos “Jaunards” a 19 de Outubro, contra o Grenoble, mas a estreia a titular aconteceu neste domingo, e logo num duelo contra o RC Toulon.
Embora admita ainda estar “um pouco em baixo de forma e preso a jogar”, Pedro Bettencourt acabou por estar em campo nos 80 minutos sem sentir “nada em relação à lesão”. “É uma lesão chata que nunca desaparecerá e se não fizer a recuperação direitinha pode ser um problema. Mas já passou. Agora o que preciso é de ter jogos nas pernas”, afirmou o jogador ao P3 Râguebi.
As boas notícias para o jovem de 19 anos, no entanto, não se ficaram pela estreia a titular. Na segunda-feira, Pedro Bettencourt foi chamado pela primeira vez para treinar com a equipa principal do Clermont e “se na Académica as condições já eram boas, treinar com a equipa principal é indescritível”. “Já estou muito mal habituado. É tudo muito diferente do que existe no râguebi em Portugal”, afirma com satisfação.
Antes de assinar pelo Clermont, o jovem portuense já tinha tido a oportunidade de conhecer as instalações, mas nestes primeiros meses Pedro Bettencourt confessa que encontrou uma realidade que superou as suas melhores expectativas: “Os treinadores e o staff são bons. São exigentes e preocupam-se contigo. Há muito boa gente a trabalhar no clube. Está a ser ainda melhor do que estava à espera.”
Numa cidade onde “o emblema do Clermont está por todo o lado”, Pedro Bettencourt deparou-se com “uma comunidade portuguesa gigante”. “Encontro portugueses em todo o lado: na barbearia, no restaurante da Academia. Até já comi bacalhau lá (risos).” O francês “já esteve pior” e apesar de muitas vezes ainda se “perder na segunda frase”, já dá para se “safar”.
Sem pressão por parte do clube – “Nunca me pressionaram. Só queriam que eu jogasse quando estivesse mesmo recuperado” -, o centro da selecção nacional confessa ter “sempre na cabeça jogar no Top 14”: “As oportunidades caem do nada quando menos estamos à espera, mas não é a prioridade neste momento.”
A curto prazo, o regresso à selecção é um cenário mais realista e Pedro Bettencourt conta jogar por Portugal a 22 de Novembro, quando os Lobos defrontarem a Namíbia: "Se contarem comigo, espero jogar . Vou ter mais três jogos até lá e já estarei em melhor forma.”
