Os deuses do Stade desceram ao estúdio
A edição de 2015 do icónico calendário do Stade Français já está à venda e parte da receita reverterá para a luta contra o Cancro da Mama
Já ninguém aceita liminarmente aquela conversa de que a beleza interior é a mais importante. Afinal, como é que essa se descobre se a aparência externa constituir uma barreira a tudo o resto? Particularmente sensíveis a essas e outras questões levantadas pelo universo da arte e da moda, os franceses têm uma reputação de élégance a manter em tudo o que fazem e dedicam-se com esmero a todas as manifestações estéticas.
O râguebi não é excepção. E se a equipa do Stade Français exibe no branding a referência à própria nação, ainda menos leviana se permite ser perante desígnios de sedução e outras artes do mesmo espectro. Seja por razões de puro marketing com vista ao lucro, seja por uma efectiva estratégia de responsabilidade social e cultural, foi assim que o clube lançou em 2001 o seu primeiro calendário "Dieux du Stade [Deuses do Estádio]" e, 15 anos depois, esse tornou-se um objecto de culto enquanto expressão de erotismo masculino e vigor atlético.
A edição de 2015 desse compêndio de escultura anatómica chegou este mês ao mercado e volta a reunir fotografias habilmente enquadradas por Fred Goudon, cuja objectiva desnuda não apenas atletas do clube como Jules Plisson, Hugo Bonneval e Pascal Pape, mas também Morgan Parra, colega de equipa de Julien Bardy no Clermont, e outros convidados do Olimpo desportivo francês, como o futebolista Djibril Cissé, o judoca Loïc Piétri e os andebolistas William Accambray, Nikola e Luka Karabatic.
Cada exemplar custa 29 euros no site oficial do clube e parte da receita reverterá para a luta contra o Cancro da Mama. Rapazes simpáticos, portanto. Competentes em campo e generosos no preto e branco dessas 40 imagens, cujo véu o Stade Français levanta um pouco neste vídeo que serve de teaser ao produto final.
Com as devidas cautelas quanto a eventuais excessos de deleite, há que apreciar a obra com atenção ao detalhe e avaliar quanto desse trabalho é mérito de deuses ou homens. Depois, resta a pergunta: será que se vê ou joga mais râguebi quando é com páginas destas que se vai contabilizando a passagem dos dias? Talvez não. Talvez isso nem ajude à produtividade laboral ou doméstica. Mas sonhar com râguebi certamente não fará mal. Sonhar só, mesmo sem a bola, também não.