No início do ano, os produtores Nave Mãe e Tugalife olharam para trás e, entre o Porto e o sul de Londres, fundaram a 1980. Depois do primeiro lançamento ("Your Woman" da dupla Unfixed & Broken"), chega agora o primeiro volume da compilação "Lyfers", onde Miguel Torga, Darksunn, Daino, Zacarocha, José Acid e Tugalife, entre outros produtores, se dedicam a imaginar o futuro da música electrónica
Ninguém vos disse que já não se vive da música?
Felizmente vivemos da música todos os dias, já o nosso ganha-pão é outra história.
Escolheram o nome da vossa editora numa noitada de Scrabble?
Sinceramente não escolhemos nada, no fundo fomos escolhidos. Para além de ser o nosso ano de nascimento, sentimos que 1980 é mais um estado de espírito — partilhamos muitas ideias em comum na vida, o que se transpõe também para a editora.
Que bandas de outra editora levariam para uma ilha deserta?
Ilhas desertas são uma seca, para desertos já bastam as "playlists" de "algumas" rádios.
A vossa editora tem sotaque?
Talvez. Do Porto e de South London. Digamos que temos um sotaque "portogeez".
Quando é que foi a última vez que encheram os bolsos? E o ego?
Os bolsos não me recordo, vivemos na época dos cartões de crédito. O ego não é muito difícil: sempre que o que fazemos é reconhecido.
Um álbum também se come com os olhos. Quem é o verdadeiro artista?
Carlos Paião.
Qual é o melhor sítio para ouvir música?
O futuro.
E que tal uma piada seca?
Jorge Jesus. A piada era seca?