O novo sindicato que representa os trabalhadores dos "call center" lançou domingo uma petição pública na qual defende que a profissão seja considerada de desgaste rápido e que sejam introduzidos limites às horas "em linha", bem como intervalos obrigatórios.
O Sindicato dos Trabalhadores de Call Center (STCC), que em Junho teve luz verde da tutela para funcionar, esteve reunido no sábado para eleger a Mesa da Assembleia Geral, o Conselho Fiscal e respetiva Direcção e para assinalar o lançamento, domingo, da petição pública.
Em declarações à agência Lusa, Manuel Afonso, um dos membros eleitos da Mesa da Assembleia Geral, explicou, no entanto, que só na primeira reunião de direcção, que deverá ter lugar ainda este mês, os estatutos prevêem que sejam eleitos os respectivos membros, de entre as listas que se apresentarem ao cargo.
De acordo com Manuel Afonso, a recolha de assinaturas concentrar-se-á, numa primeira fase, na sensibilização dos trabalhadores de "call center" em Lisboa, Porto, Coimbra e Braga, mas rapidamente quer chegar a todo o país, pela dignificação da profissão. Entre as reivindicações apresentadas e que o STCC quer ver serem discutidas na Assembleia da República está que a profissão de operador de "call center" seja considerada uma função de desgaste rápido.
O sindicato defende ainda uma reorganização do tempo de trabalho desta profissão de forma a limitar o trabalho "em linha" às seis horas diárias (em oito horas laborais) — ou 75% do horário de trabalho —, sendo as restantes destinadas a formação ou trabalho administrativo. Reivindica, por último, um intervalo obrigatório de 10% do total do tempo de trabalho, "o que significa que, em média, um operador de 'call center' deve ter direito a descansar seis minutos por cada hora ao telefone".
A organização arranca de forma independente, com cerca de 60 associados, mas espera reunir em breve mais operadores de 'call center' que, tal como os elementos fundadores da estrutura, não se sentem "devidamente representados".