As Galerias Lumière sentam-se à mesa

O icónico centro comercial do Porto tem uma nova vida. A inauguração oficial é só em Setembro, mas até lá aquecem-se os motores com sandes, crepes, croissants e gelados artesanais

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Nelson Garrido
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Nelson Garrido

Tête à Croissant

A ideia para a Tête à Croissant saiu da cabeça de Daniela Cunha e Tânia Moreira, 25 e 24 anos, respectivamente, durante umas férias — uma ideia “naturalmente relaxada”, portanto — e agora o resultado pode cheirar-se na sua pequenina loja (como são todas) nas Galerias Lumière. É o odor que primeiro se sente quando nos aproximamos: o de croissants a aquecer no forno. Não são elas que os fazem — levaram dois anos a encontrar o croissant ideal para a concretização da sua ideia, que surgiu quando misturaram salgados numcroissant e “soube bem”. De volta ao Porto procuraram um sítio onde pudessem degustar croissants salgados e não encontraram. “Achámos que era uma ideia a explorar, uma novidade”, contam. Dois anos, um curso de empreendedorismo e um prémio de empreendedorismo feminino depois, o projecto que valeu o prémio (leia-se, o subsídio) é uma cafeteria-sala-de-chá. O “croissant ideal” é o protagonista: “O folhado é de margarina e não de manteiga”, explica Tânia, “assim fica mais neutro”. E, ao perder a intensidade da gordura, combina com os doces e salgados que elas preparam no momento — da compota caseira (como a de Vinho do Porto) ao chantilly, do queijo brie com presunto ao atum, da fruta com chocolate quente à fruta com bolachas, por exemplo (o que leva salsicha alemã com queijo derretido, uma espécie de cachorro quente, é já um sucesso). Sumos naturais e chás diversos, por exemplo, acompanham.

Facebook: Teteacroissant

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?Preços: menu (sopa + croissant doce/salgado + bebida) a 3,50€.

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Piquenique

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?Hoje há sumos naturais de maçã e melão no Piquenique — ontem foi melancia. Se este fosse um espaço de piquenique seria o de um piquenique retro e colorido, saído de um qualquer filme saturado de cor: verde água nos armários, rosa na cerca em volta do balcão, amarelo nos bancos altos virados para a montra. Há um ambiente idílico de “casa da avó” e foi mesmo essa a intenção. “Mesmo as louças, é tudo o que poderia ter vindo da casa da avó”, explica Eduarda Pinto, uma das proprietárias, juntamente com a irmã. Trouxeram o piquenique “ao coração da Baixa” e mantiveram o original, na Fundação José Rodrigues. “Lá, o acesso é mais complicado. Aqui estamos mais perto do público.” Mais perto para servir pequenos-almoços, almoços, lanches — que podem ser verdadeiros piqueniques: as caixinhas, imagem devidamente vintage, estão disponíveis para quem quer levar, seja para o jardim, seja para o mais prosaico escritório; para fornecer catering e fazer cake design, de que temos aqui uma pequena montra, com um bolo redondo, bolachas e cupcakes decorados. “Somos muito doceiras aqui”, assume Eduarda Pinto, enquanto fazemos a revisão da oferta. Lá estão as queijadas de leite, a mousse de chocolate, ocheesecake, o bolo de iogurte com sementes de papoila e framboesa, os cake pops, os macarrons. Há também scones, “uma aposta”, mas estes podem ser doces (até com manteiga de framboesa) ou salgados (bacon ou salmão fumado). E nos salgados, temos empadas e tartes, hoje de alho francês.

Facebook: o.piquenique?

Preços: salgados desde 1,50€; doces desde 1,20€.

Sandeira

?A tarde ainda vai a meio, mas Filipa Montalvão já corta alface na Sandeira. “Não estávamos à espera de tanto movimento esta semana”, confessa, cansada. Esta Sandeira não é uma novidade: a Sandeira do Lumière é a irmã mais nova de A Sandeira do Porto e esta, na Rua dos Caldeireiros, tem enviado alguns clientes para aqui. “Quando está cheio ou para clientes a quem dá mais jeito vir aqui.”  E quem chega aqui sabe ao que vem à primeira vista. As portas de madeira antigas à laia de lambril e a revestirem o balcão são uma garantia de reconhecimento. “É uma assinatura”, reconhece Filipa, “a ideia é que as pessoas não tenham dúvidas do que estamos a falar”. E do que se está a falar é de saladas e sandes, claro, estas apresentadas como as melhores da cidade. E é a cidade que lhes dá nome: da “Clérigos” (olivada, feta, tomate e manjericão) à “Vitória” (presunto, brie e manga), passando pelo “Douro” (frango, queijo de cabra e maçã) e “Paris” (salmão fumado e queijo feta) e festejando no “São João” (tomate, pimento, sardinha e salsa).

Facebook: asandeiradolumiere

Preços: Menu almoço (sopa+sande/salada+bebida do dia) a 5€; sandes a 4,5€; saladas a 5€.

Creperia da Baixa

?Os crepes são novidade, mas os mentores da Creperia da Baixa tão-pouco são novatos na zona. A alguns metros das galerias, o restaurante Máximo é uma boa âncora para enviar clientes para aqui, explica Fábio Bragança, onde Cláudia Marques é a senhora da massa. Neste momento, tem as mãos bem enterradas nela, por isso o ambiente aquece e os cheiros soltam-se. Foi convidada para trabalhar aqui pela grande experiência nos crepes — estes uma raridade na Baixa, como conta Fábio. “Fizemos um estudo de mercado e a nível de crepes não havia nada dedicado a eles”, explica, “o que é estranho porque noutros países são vendidos até em quiosques na rua”. Vai daí, quando ouviram falar do novo projecto das galerias este pareceu-lhes um nicho interessante. “Esperamos muitos estrangeiros”, confessa, já que esta é “uma moda internacional”. A estrangeiros e nacionais espera-os uma vasta oferta de crepes doces (de merengue, de mel, amêndoas e canela, de salada de frutas, à Porto) e salgados (prosciutto, vegetariano, mexicano, bolonhesa, tropical, por exemplo). 

Facebook: creperia-da-baixa

?Preços: Menu pequeno-almoço (panqueca ou crepe simples+sumo natural+café) a 4€; menu almoço (crepe salgado do dia+sopa+bebida+café) a 6€.

Sou Sweet

?Muito pedalaram Alexandra e Mário Borges até estacionarem nas Galerias Lumière. Estacionaram mas não pararam — o seu “carretino”, uma bicicleta com arca frigorífica e guarda-sol inspirada pelos anos 30 à beira-mar, continua a percorrer as marginais do Porto e Matosinhos. Se todos os fins-de-semana do “carretino” já têm poiso certo neste Verão, os gelados Sou Sweet que o recheiam têm agora uma casa (ou “garagem”) para onde regressarem das suas voltas — pela praia e pelos mercados urbanos do Porto, por exemplo. As listas brancas e vermelhas do “carretino” inspiram este espaço, onde sete gelados se apresentam diariamente. Hoje há Oreo, M&M’s, straciatella, limão, lima e os inevitáveis chocolate e morango – “temos de ter sempre, mesmo no ‘carretino’”; maracujá, manga e Snicker’s são dos mais apreciados. Se no início de tudo, há apenas um ano, era Alexandra que fazia os gelados, de forma totalmente caseira (a ideia surgiu precisamente dos gelados que fazia para os amigos, muito elogiados), agora são encomendados a “um profissional com muitos anos de experiência”. Fá-los diariamente para serem servidos comtoppings vários, caramelo, chantilly, chocolate quente ou até no café, em minibola. No Inverno, serão combinados com bolos tradicionais, como o pudim Abade de Priscos. Com a certeza de que será sempre doce — tanto quanto o nome: “É muito engraçado ouvir os portugueses a explicarem a estrangeiros.”

Facebook: sousweetgelados

?Preços: uma bola a 1,60€ (copo), 1,80€ (cone), 2€ (tulipa); duas bolas a 2,60€ (copo), 2,80€ (cone), 3€ (tulipa); toppings a 0,20€ (líquido) e 0,30€ (sólidos); café+mini bola de gelado 0,85€.

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